CARTAS
EXIBIÇÃO DIGITAL
Lamento que as empresas distribuidoras de filmes de arte
afrontem seu público com o lançamento de alguns títulos
unicamente em exibição digital. É como ver o pôster de um
quadro em vez da pintura em si. O irônico é que as distribuidoras
e as salas de exibição de tais filmes são exatamente as mesmas
que trabalham para um público cinéfilo, supostamente qualificado,
que deveriam prezar pelo prestígio e pela fidelidade que
recebem.
Rafael Gomes, 26, cineasta
SPEAKEASY
Sou leitor frequente da seção de bares e sei que a intenção é
informar o leitor da melhor maneira. Mas, na edição de 10/7, há
uma referência a um novo bar, definindo-o como "speakeasy" e
traduzindo o mesmo como "casas anexas a outras badaladas,
mas que estão quase escondidas". Não é necessário ser
conhecedor do ramo para saber que "speak-easy" é o termo que
define os bares que funcionavam na ilegalidade na época da
vigência da lei seca nos EUA. Também não posso entender como
o Guia abre espaço para divulgar um estabelecimento que não
se deixa fotografar em nome de um suposto suspense.
Pedro Fialdini, 65, investidor
NOTA DA REDAÇÃO
A origem da expressão "speakeasy" vem do período da lei
secanos EUA (1920-1933). Contudo, hoje, com a legalidade do
comércio, é a gíria _especialmente em Nova York_ para designar
casas menos sinalizadas, que remetem à época da proibição
INVISIBILIDADE
No dia 26/6, meu marido e eu descobrimos nossos superpoderes
de invisibilidade na creperia Central das Artes. Chegamos no
estabelecimento às 22h45. Após 15 minutos de espera já
sentados à mesa, não tivemos o privilégio de ver o cardápio ou
de ouvir a voz dos garçons. Para nosso espanto, acomodaram
um grupo na nossa frente e anotaram os pedidos. Resolvemos
sair da creperia, o único local onde nossos superpoderes
funcionam.
Vera Ferreira Lima, 42, arquiteta
ASSESSORIA DE IMPRENSA DA CENTRAL DAS ARTES
Lamentamos que a cliente tenha sido vítima desse desagradável
fenômeno no estabelecimento. Já identificamos suas causas e tomamos providências para que
não volte a ocorrer.
PESCADA OU LINGUADO?
Minha mulher e eu almoçamos no restaurante Banri no dia 27/6.
Pedi linguado com legumes. Veio meia pescada frita com um
horroroso caldo de yakisoba e legumes. Ao responsável, indaguei
se sabia distinguir pescada de linguado. Confessou que não, mas
alegou que há dois anos compra peixe e serve tal prato sem
qualquer reclamação. Disse que poderia cobrar o preço
equivalente ao da pescada. Apesar do mau atendimento,
incluíram 10% na conta. Não piso mais lá.
Hideki Teramoto, 63 anos, advogado
MARCELO NAKAMURA, GERENTE DO RESTAURANTE BANRI
Lamentamos que o cliente tenha saído com essa impressão.
Nossas mercadorias são adquiridas de fornecedores renomados.
Fui questionado sobre as diferenças anatômicas entre os peixes,
o que realmente admiti não saber. Porém, reforço que
trabalhamos com apenas dois tipos de peixe, linguado e filé de
pescada. Após a reclamação, foi proposta a troca do prato, mas a
opção do cliente foi continuar com o mesmo.
Esta seção se reserva o direito de publicar apenas trechos de cartas. Só serão aceitas correspondências com nome, idade, profissão, telefone e endereço.