O ROTEIRO MAIS COMPLETO DE SÃO PAULO |
DE 23 A 29 DE MARÇO DE 2007 |
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ESPECIALEspecial-Teatro Santíssima trindade dos palcosNos últimos dez anos, assistimos à chamada Era dos Diretores ceder lugar para outro período histórico, a Era dos Grupos. Mas os três figurões da era anterior ainda estão aí, firmes. Antunes Filho, Gerald Thomas e Zé Celso ensinaram muita gente a fazer teatro e agora assistem a uma geração, ainda mais nova, surgir na praça. Veja ao lado as peças encenadas em São Paulo dirigidas pelos três diretores mais comentados da última década. Antunes Filho 1995 - “Gilgamesh” 1996 - “Drácula e Outros Vampiros” 1997 - “Prêt-à-Porter” 1999 - “Fragmentos Troianos” 2001 - “Medéia 1” 2002 - “Medéia 2” 2003 - “O Canto de Gregório” 2005 - “Antígona” 2006 - “A Pedra do Reino” Gerald Thomas 1996 - “Nowhere Man” 1999 - “Ventriloquist” 2000 - “NxW” e “Esperando Beckett” 2001 - “O Príncipe de Copacabana” 2005 - “Um Circo de Rins e Fígados” 2006 - “Tetralogia Asfaltaram a Terra” Zé Celso 1996 - “As Bacantes” 1997 - “Ela” 1998 - “Cacilda!” 1999 - “Boca de Ouro” 2002 - “Os Sertões - A Terra” 2003 - “Os Sertões - O Homem, parte 1” 2003 - “Os Sertões - O Homem, parte 2” 2005 - “Os Sertões - A Luta, parte 1” 2006 - “Os Sertões - A Luta, parte 2” Peça em capela, em túnel, em presídio...No mesmo ano em que o grupo Teatro da Vertigem estreou a montagem “Paraíso Perdido” (1992) em uma capela, a dupla de diretores Ricardo Karman e Otávio Donasci encenou “Viagem ao Centro da Terra” em um túnel que passava por baixo do rio Pinheiros. Foi como fogo em palha seca. Vários trabalhos, a partir de então, passaram a contemplar espaços diferentes, mostrando opções para além do palco italiano e da arena.O Teatro da Vertigem completou sua trilogia bíblica com “O Livro de Jó” em um hospital (1995) e “Apocalipse 1,11” em um presídio desativado (2001). Depois, “BR-3”, em um barco que navegava o Rio Tietê (2006). E começaram a pipocar por aí propostas das mais malucas, como peças em casarões abandonados (como “Assombrações”, do grupo Os Fofos Encenam) e até em banheiros de hotéis (como “Pente Fino”, com direção de Roberto Lage). A verdadeira revitalização do centroPraça Roosevelt, quem te viu, quem te vê! Localizada na passagem do centro para a zona leste, a praça, inaugurada nos anos 70 e batizada com nome de presidente americano, não faz cinco anos foi totalmente controlada pelo tráfico. Quem tinha coragem de passar, à noite, por tão mal-iluminado passeio público? Pois o grupo Os Satyros ousou, no ano 2000, construir sua sede bem no meio do vespeiro.Sem desrespeitar a “fauna” local —de travestis e prostitutas— a companhia deu início a um movimento sem precedentes no centro de São Paulo. Formulou uma programação que ocupa toda a semana, de segunda a domingo, nos horários mais improváveis. Em 2006, o grupo Os Parlapatões também foi construir seu teatro ali, atraindo ainda mais gente. E hoje a praça é ponto de encontro de boêmios, artistas, jornalistas e simpatizantes. Teatro de entretenimentopor Valmir SantosEntre o final da década anterior e o início desta, a cidade viu que a imponência arquitetônica também tem lugar no teatro de entretenimento. O Alfa, que abriu as portas em 1998, e o Abril, em 2001, traduzem essa tendência de sofisticar espaço e programação. E isso exige estruturas física e cenotécnica à altura.
Dança, teatro e concertos revezam as salas do Alfa, a principal (1.134 lugares) e a B (204).
O público da zona sul, vindo de outras regiões ou hospedado no vizinho Hotel
Com 1.530 lugares, o edifício da Bela Vista conserva a fachada do antigo cine-teatro
Paramount, de 1929, que já foi ponto de encontro da alta sociedade paulistana nos anos 40,
palco de festivais de MPB nos anos 60 e tela de filmes pornôs nos 80.
Um paradoxo: ao mesmo tempo em que o Abril ascende, o circuito da av. Brigadeiro Luís
Antônio reflui, vide o vizinho Teatro Jardel Filho, inativo desde 2003.” |
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