TEATRO

A Grande Volta

Papo de macho

Milena Emilião

"Essa é uma peça de energia muito masculina", explica o ator Rodrigo Lombardi, que divide o palco com Fúlvio Stefanini em "A Grande Volta", montagem cuja estreia nacional ocorre amanhã (dia 1º), no teatro Faap.

O diretor do espetáculo, Marco Ricca, recebeu um convite para interpretar o texto de Serge Kribus, traduzido por Paulo Autran em 2001, se achou velho para o papel de Henrique (Lombardi) e quis dirigi-lo. "Enxerguei a simplicidade da história e seus questionamentos grandiosos", explica Ricca.

Na trama, Henrique está passando por um momento difícil: perdeu o emprego, e sua mulher foi embora levando o filho. Para piorar, seu pai, Bóris (Stefanini), um ator decadente, muda-se para a casa de Henrique em clima de festa pois vai estrelar "Rei Lear", de Shakespeare, no teatro.

No centro da história, a difícil convivên-cia entre pai e filho. "Há muitas impossi- bilidades, e há também uma relação afe- tuosa entre eles", diz Ricca.

"Eles não se reconhecem, mas são parecidos. É um papo de homem, com muita testosterona e delicadeza", sin- tetiza Lombardi, que já integrou o grupo Tapa, mas ficou conhecido no papel do galã Raj, na novela "Caminho das Índias", da Globo.
Faap - teatro - r. Alagoas, 903, Higienópolis, região central, tel. 3662-7000. 506 lugares. Sex.: 21h30. Sáb.: 21h. Dom.: 18h. Estreia: 1º/5. Até 15/8. 75 min. Não recomendado para menores de 12 anos. Ingr.: R$ 70. Ingr. p/ tel. 3662-7233. a d i t

Marco Ricca, o diretor
"Ator na essência" ou um "ator muito cara de pau", Ricca (na foto acima) diz que só conduz obras quando acredita que pode "realmente colaborar". Depois de encabeçar trabalhos de destaque, como "O Inva sor" e "Crime Delicado", ele dirigiu seu primeiro longa, "Cabeça a Prêmio", no ano passado. O filme tem estreia prevista para agosto.

Serge Kribus, o dramaturgo
O belga Serge Kribus, 48, pouco conhecido no Brasil, também é diretor e ator e, hoje, mora em Paris, onde ganhou prêmios e indicações ao Molière, o mais importante da França. "Le Grand Retour de Boris S." foi escrito em 2000 e, dois anos depois, ao lado do diretor Marcel Bluwal, Kribus lançou uma versão da peça para o cinema.