Levar o cachorro para passear, tirar a roupa do varal, ligar para a avó, comprar detergente... você já se pegou fazendo listas mentais de afazeres enquanto ouvia outra pessoa falando?
Isso não necessariamente é culpa sua (e nem do interlocutor, que pode acabar levando fama de chato)
Redes sociais e apps de mensagens expõem o usuário a um grande volume de informações, o que eleva a ansiedade e dificulta a concentração, necessária para a escuta
Um conceito útil para contornar essas dificuldades é o de escuta ativa, que há décadas é usado na psicologia
Uma de suas premissas é a de que ouvir atentamente não é uma atividade passiva e, assim como a oratória, pode ser treinada e desenvolvida
Escuta ativa é quando você faz o esforço de se colocar na posição de pesquisador, tentando explorar o que o outro está comunicando
Sigmar Malvezzi, professor de psicologia do trabalho na USP
Não há uma fórmula única para aplicar a técnica, mas três práticas básicas costumam fazer parte do processo, segundo os especialistas
Simplesmente preste atenção no que a outra pessoa está falando, tentando evitar distrações ou interrupções e ficando atento à conversa
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É importante perceber tanto o que está sendo dito quanto o que fica implícito, incluindo intenções e sentimentos, por exemplo
Emita sinais frequentes para o interlocutor de que você está prestando atenção e tem interesse no diálogo
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Isso pode ser feito verbalmente (parafraseando, de tempos de tempos, o que a pessoa falou) ou não verbalmente (cruzar os braços, por exemplo, passa uma mensagem contrária)
Faça perguntas que encorajem a outra pessoa a falar, mas é preciso evitar posturas de confronto ou de julgamento
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Evite perguntas fechadas, que podem ser respondidas simplesmente com sim ou não. Aprenda a instigar
A escuta ativa é especialmente valiosa em ambientes online, já que fica ainda mais fácil se distrair. Se você é gestor de uma equipe em home office, algumas dicas podem ajudar a manter o cuidado com os funcionários