A origem do Instituto Butantan está ligada a uma enfermidade muito antiga
Laboratório do Instituto Butantan no início do século 20
Em 14 de agosto de 1889, o diretor-geral de Saúde Pública do Brasil, Nuno de Andrade, recebeu um telegrama noticiando que a cidade do Porto, em Portugal, estava infectada pela peste bubônica
O surto aconteceu seis séculos após a primeira onda dessa pandemia atingir a Europa, em 1343, reduzindo em um terço a população do continente
As rotas comerciais entre Brasil e Portugal levaram Andrade a adotar medidas restritivas e sanitárias para evitar a chegada da peste no Brasil
Três meses depois, os médicos Vital Brazil e Eduardo Lopes, do Instituto Bacteriológico, foram enviados ao litoral paulista para avaliar um suposto caso de febre amarela
Vital Brazil
No entanto, na autópsia, constataram a presença de bacilos característicos da peste bubônica
Em dezembro daquele ano, o Laboratório Soroterápico, sob a direção de Brazil, foi instalado na Fazenda Butantan, uma chácara com 400 hectares a 8 km do centro da capital
O objetivo do laboratório era produzir o soro antipestoso
Em 1901, o Laboratório Soroterápico tornou-se uma instituição autônoma, o Instituto Serumtherápico, mais tarde rebatizado como Instituto Butantan
Desde então, a instituição tem funcionado como o principal produtor de imunobiológicos do Brasil. Isso inclui soros e vacinas
O nome do instituto começou a ser mais citado em 2020 por conta da pandemia de coronavírus
Em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, a instituição desenvolveu a Coronavac, vacina contra a Covid-19
A enfermeira Monica Calazans foi a primeira brasileira a receber a vacina
A Coronavac até tem um "hino": o hit "Bum Bum Tam Tam", de MC Fioti, ganhou uma nova versão para homenagear a vacina do Butantan
A peste bubônica também teve relação com um acontecimento histórico no Brasil: a Revolta da Vacina. Saiba mais: