A prefeitura do Rio de Janeiro anunciou nesta segunda-feira (29) o terceiro afastamento de uma construtora de um projeto olímpico por causa de atrasos. Desta vez, foi a EIT Engenharia quem foi retirada da construção de um trecho do BRT (Bus Rapid Transit, na sigla em inglês) TransOeste prometido para as Olimpíadas de 2016. Só neste ano, a administração municipal também já substituiu as empresas responsáveis pela preparação do Centro Olímpico de Tênis e do Centro Olímpico de Hipismo devido à demora na execução dos projetos.

A EIT Engenharia havia vencido em 2014 a licitação para a obra do chamado trecho zero da TransOeste. Esse trecho do corredor de ônibus expressos é considerado fundamental para o plano de transporte da Olimpíada, já que ligará a nova linha de metrô do Rio com linhas de ônibus que levam ao Parque Olímpico.

Devido a problemas financeiros da EIT, a obra do novo trecho do BRT foi paralisada há dez dias. A paralisação foi confirmada pela própria SMO (Secretária Municipal de Obras) do Rio, órgão que monitora a construção da TransOeste.

Por causa dos atrasos, aliás, a EIT já havia sido advertida pelo SMO ainda neste mês pelo menos duas vezes. Nesta segunda-feira (29), a secretaria informou que a construtora foi afastada da obra, cedendo seu contrato para a Globo Engenharia. Nesta tarde, a Globo já tinha operários trabalhando na TransOeste.

A obra do trecho zero da TransOeste foi iniciada em maio de 2014 e orçada em cerca de R$ 115 milhões. O investimento é da prefeitura, com financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

De acordo com a SMO, os atrasos e a troca de empreiteira não prejudicarão o prazo de entrega da TransOeste. O Plano de Legado da Olimpíada de 2016 prevê que a obra seja concluída ainda neste trimestre, ou seja, até fim de março.

A construção do trecho zero da TransOeste é o que resta para conclusão do corredor expresso de ônibus. Quando ele estiver pronto, o BRT TransOeste terá 59 quilômetros de extensão, ligando a Barra da Tijuca à Santa Cruz, na zona este da capital fluminense. O primeiro trecho da TransOeste foi inaugurado em 2012.

A EIT foi procurada pelo UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha. Ninguém da empresa respondeu.

TROCA NA LAGOA

O governo do Estado do Rio de Janeiro anunciou na semana passada a substuição da empresa responsável pela reforma do Estádio de Remo da Lagoa Rodrigo de Freitas. O local receberá competições de remo e canoagem na Rio-2016.

A Giver Engenharia era encarregada de reformar o espaço para os Jogos. Venceu uma licitação de cerca de R$ 4 milhões para executar o trabalho.

Acontece que a empresa paralisou o projeto quando o governo passou a atrasar os pagamentos à obra. Após o governo regularizar os repasses, ele informou que não estava satisfeito com os serviços da companhia. Por isso, negociou a cessão do contrato da Giver para a Dimensional. Prometeu entregar a obra dentro do prazo estipulado, em maio.