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Brasil amplia testes como o que pegou doping em melhor velocista do país

Erich Schlegel/USA Today Sports
Ana Cláudia Lemos acena após prova dos 100 m no Pan de Toronto-2015
Ana Cláudia Lemos acena após prova dos 100 m no Pan de Toronto-2015

A ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Doping) afirma que testes fora do período de competição serão cada vez mais utilizados.

Foi um desses exames que deu positivo durante treinamento de Ana Cláudia Lemos, 27, atleta mais veloz do país, no mês passado.

"Nós temos uma programação crescente de testes fora de competição. Hoje, eles já representam 50% dos testes. É uma tendência mundial. E o foco vai ser esse, crescente", diz o secretário nacional da ABCD, Marco Aurélio Klein, à Folha.

O resultado foi confirmado nesta quinta (10) pela ABCD. Foram colhidos amostras de sangue e urina e identificada a substância oxandrolona, um esteroide anabolizante. A atleta já solicitou abertura da amostra B.

Doping com anabólicos como este, se não for comprovada contaminação, podem render penas de até quatro anos de suspensão.

A oxandrolona é usada por atletas para aumentar força, resistência, massa muscular e melhorar a recuperação. A substância pode ser ingerida por meio de cápsulas. Apesar de ser uma substância que causa menos efeitos colaterais, eles podem ser os mesmos de quem usa outros anabolizantes, como insônia, desconfortos abdominais e perda de apetite, entre outros.

Ana Cláudia não respondeu aos contatos da reportagem até a conclusão deste edição. A CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo) e o clube da atleta, a BM&F Bovespa, disseram que ainda não foram comunicados sobre o caso pela autoridade responsável pelo exame.

A amostra foi analisada no LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem).

O COB (Comitê Olímpico do Brasil) disse que "aguarda o posicionamento da CBAt sobre o possível teste positivo de doping da atleta" para comentar o caso.

"Eu confio nela. Ela vai continuar treinando normalmente. Todo mundo sabe como é a Ana Cláudia, ela tem neurose com doping. Ela olha tudo que vai comer, olha tudo. Eu fiquei surpreso", disse o técnico da atleta, Katsuhico Nakaya, ao site Globoesporte.com, antes de revelado que o doping era por um anabolizante.

Ana Cláudia é a recordista brasileira dos 100 m e dos 200 m, respectivamente com 11s01 e 22s48 (marca esta de 2011 que confere a ela o recorde sul-americano também).

A velocista cearense já possui índice para disputar os Jogos do Rio nas provas de 100 m e 200 m rasos. Ela também faz parte da equipe do 4 x 100 m, com vaga na Olimpíada.

Ana Cláudia, no entanto, não é a única brasileira com índice olímpico envolvida em doping nos últimos meses.

A atleta Sueli Pereira, que tem índice para a maratona olímpica, testou positivo para EPO (eritropoietina) na última São Silvestre, em São Paulo, e na Corrida de Reis, no início de janeiro.

Pelo uso do hormônio que aumenta a oxigenação do sangue, a maratonista está suspensa preventivamente, desde fevereiro, pela CBAt e aguarda julgamento.

Outro atleta com chance de ir os Jogos do Rio, o meia Fred, do Shakhtar Donetsk, está suspenso até 27 de junho após ter sido flagrado com diurético em exame na Copa América. O futebol olímpico começa em 3 de agosto.

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