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Sem patrocínio, tiro nacional usa evento-teste da Rio-2016 para faturar

Wander Roberto-24.ago.2010/Divulgação/COB
Felipe Wu durante competição dos Jogos Olímpicos da Juventude de 2010, em Cingapura
Felipe Wu durante competição dos Jogos Olímpicos da Juventude de 2010, em Cingapura

Na sexta-feira (1º), o paulistano Felipe Wu colocou o Brasil definitivamente no mapa do tiro esportivo mundial.

Ouro na etapa de Bangcoc da Copa do Mundo, em março, ele se tornou o primeiro do país a liderar o ranking mundial, no caso a pistola de ar. Euforia à parte, a conquista não apaga o complicado cotidiano da modalidade.

A CBTE (Confederação Brasileira de Tiro Esportivo) é das poucas confederações do Brasil sem patrocinador.

Segundo o seu presidente, Durval Balen, há dependência total dos repasses da Lei Piva e de convênios com o Ministério do Esporte. Para 2016, a CBTE tem previsão de captar R$ 3,4 milhões pela lei.

O dirigente relaciona a falta de interessados em patrocinar o tiro à conexão entre armas e violência.

Uma das formas que a entidade encontrou para levantar alguma verba é a etapa do Rio da Copa do Mundo, que ocorrerá entre 15 a 24 de abril, em Deodoro. O torneio será um dos maiores eventos-testes dos Jogos Olímpicos do Rio, com possibilidade de receber até mil competidores.

A CBTE, que coorganiza a competição com a federação internacional e o comitê Rio-2016, quer arrecadar cerca de R$ 800 mil com inscrições de atletas e, assim, gerar outra fonte de receita para o caixa.

De acordo com Balen, cada atleta inscrito paga 180 euros de taxa —ao todo, serão 80 países participantes.

"Teremos os melhores do mundo aqui. Serão mais de 600 pessoas na organização. Mas precisamos de ainda mais recursos para desenvolver o esporte", disse ele.

O dinheiro captado ajudará a confederação, que nas palavras do dirigente "rema contra a maré". "Os atletas brasileiros do tiro são verdadeiros heróis", comentou.

Prova disso é o próprio Wu. Prata nos Jogos Olímpicos da Juventude de 2010, em Cingapura, ele quase deixou o esporte em 2013, sem recurso até para comprar munição.

Ele treinava no quintal de sua própria casa, em São Paulo. Depois, graças a acordo, conseguiu espaço em um clube paranaense para praticar. Apesar das limitações, foi ouro no Pan de Toronto com uma marca que teria lhe dado o título mundial em 2014.

O Brasil terá nove atiradores na Rio-2016: além de Wu, na carabina deitado 50 m (Cassio Rippel), fossa olímpica (Janice Teixeira e Roberto Schmits) e skeet (Daniela Carraro e Renato Araújo).

Veja o vídeo

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