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Novatos em Jogos Olímpicos devem ser maioria entre brasileiros

Em exatos três meses, a delegação brasileira que desfilará no Maracanã na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos será composta majoritariamente por novatos.

A Olimpíada será realizada entre 5 e 21 de agosto.

Dos 110 classificados até o momento e cujos nomes são conhecidos, 68 (ou 62%) são atletas que terão no Rio a primeira experiência olímpica.

O levantamento não computa boa parte dos esportes coletivos –os nomes ainda não são conhecidos já que as convocações ainda serão feitas. Também não inclui o atletismo, uma vez que a temporada de caça a índices está aberta até o mês de julho.

ESTREANTES OLÍMPICOS BRASILEIROS - Diversas modalidades terão atletas no Rio que nunca competiram em uma Olimpíada

Mas os 62% de estreantes são um indicativo do que o COB (Comitê Olímpico do Brasil) espera. "Há estimativa de renovação de cerca de 65% a 70% da delegação para os Jogos do Rio", disse o diretor de esportes da entidade, Marcus Vinícius Freire.

O que também deve reforçar a lista de novatos é a volta de modalidades como golfe, fora do programa olímpico desde o século passado, e o futebol masculino, que estabelece limite de 23 anos.

Trata-se de aumento significativo em comparação com a edição de Londres, quando 51% da equipe brasileira era formada por iniciantes.

Novato, vale lembrar, não quer dizer necessariamente mais jovem. São aqueles que têm sua primeira vez nos Jogos. Em 2012, a média de idade da delegação brasileira era de 27 anos. Agora, em 2016, os já classificados ficam na casa dos 28 anos.

Ricardo Bufolin/CBG
 FINAL BARRA FIXA com ARTHUR NORY do Mundial de Ginástica Artística em Glasgow, Escócia - com o BRASIL.RICARDO BUFOLIN/CBG
Arthur Nory sorri após apresentação na final da barra fixa no Mundial de Glasgow

'LIMPAR A CABEÇA'

A reposição às vésperas da primeira Olimpíada em solo brasileiro inspira cautela.

O principal questionamento dentro do COB é como os atletas vão lidar com pressão e deslumbramento.

"Há dias em que bate a ansiedade e a preocupação. Não digo que é medo, mas algo próximo disso. O jeito é limpar a cabeça e não bitolar", diz o ginasta Arthur Nory, 22.

Quarto colocado na barra fixa no Mundial de Glasgow, em outubro, ele é nome certo na seleção masculina, que será definida no final de junho, e estreará nos Jogos.

Como a situação de Nory é idêntica à de dezenas de outros atletas, o COB e as confederações esportivas resolveram agir por precaução. Até porque existe uma meta de ficar entre os dez primeiros colocados no geral, pelo número total de medalhas.

O comitê criou em 2015 um grupo que reúne mais de 30 psicólogos, que se dividem em trabalhos específicos com os atletas que vão ao Rio.

"Queremos dar todas as informações possíveis para os novatos. Sobre os perigos que a vila olímpica pode oferecer ou mesmo a torcida", disse Sâmia Hallage, coordenadora do grupo ao lado de Aline Wolff e Alessandra Dutra.

Segundo Sâmia, o contato com os competidores é predominantemente pessoal.

Ela viaja toda semana ao Rio, onde atende ginastas, e a Vitória, onde trabalha com a dupla do vôlei de praia Alison e Bruno Schmidt, favoritos à medalha de ouro no Rio.

"Eu orientei o Alison quando ele fez dupla com o Emanuel em Londres. Ele estreava e muito da ajuda vinha do próprio Emanuel. Agora, o Alison me auxilia no processo com o Bruno [que nunca foi aos Jogos]", emendou.

APRENDIZADO

Em Londres-2012, o COB levou 16 atletas sem vaga, mas com potencial futuro, para sentir o clima dos Jogos.

Por ora, sete deles estão assegurados no Rio, e alguns chegarão à disputa com chance de medalha.

Os destaques são Isaquias Queiroz (canoagem velocidade) e Martine Grael (que forma dupla com Kahena Kunze na vela).

Segundo Freire, o COB vai levar nova safra ao Rio em antecipação a Tóquio-2020.

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