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Rio-2016

Leyser será substituído por ex-chefe do Detran do Rio no Ministério do Esporte

O novo ministro do Esporte, Leonardo Picciani, 36, indicou à Folha que não deve manter Ricardo Leyser em sua equipe. Em seu lugar, a assessoria de imprensa da pasta confirmou nesta quinta-feira (18) que o cargo de secretário-executivo será ocupado por Fernando Avelino, que presidiu o Detran do Rio e estava na secretaria de Habitação da prefeitura carioca.

Leyser, que chefiou o ministério temporariamente até o início do governo interino de Michel Temer, é o principal interlocutor federal para os Jogos do Rio e hoje é secretário-executivo da pasta.

No ministério desde sua criação, em 2003, Leyser trabalhou em todo o processo olímpico e tem boa relação com atletas e autoridades do setor. Ele é do PCdo B, partido que se opôs ao impeachment de Dilma Rousseff.

Picciani (PMDB-RJ) se esquivou ao ser indagado se convidaria Dilma para a abertura dos Jogos, apesar de ter defendido a petista até a véspera de seu afastamento.

Pedro Ladeira/Folhapress
BRASILIA, DF, BRASIL, 17-05-2016, 15h00: O novo ministro dos esportes Leonardo Picciani durante entrevista exclusiva em seu gabinete. Atrás de sua mesa de trabalho, segue na parede o retrato da preseidente afastada Dilma Rousseff, seguindo a orientação do presidente interino Michel Temer de não retirar a foto dos gabinetes. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER) ***EXCLUSIVA***
O novo ministro dos esportes Leonardo Picciani durante entrevista exclusiva em seu gabinete

Folha - O sr. não acha preocupante a troca de comando no ministério às vésperas dos Jogos do Rio? Fará mudanças na equipe?

Picciani - A mudança não foi do Ministério do Esporte, e sim do governo como um todo. Em relação à equipe, estamos fazendo a transição. Tenho absoluta consciência do tamanho desta tarefa às vésperas da Olimpíada e não farei mudança brusca no ministério. Em algumas funções, que requerem mais confiança do ministro, faremos alterações, que prezarão pelo ponto de vista técnico.

O sr. vai manter Ricardo Leyser, ex-ministro interino e ainda secretário-executivo?

Não sei. A princípio, creio que não. Mas essa é uma decisão que ainda não foi tomada. Com certeza, na secretaria-executiva não porque é o substituto direto do ministro e é o cargo que comanda a máquina do ministério. Não é uma restrição ao Leyser, que foi muito correto e solícito comigo. Mas a secretaria-executiva é um posto que requer muita ligação com o ministro, para que o trabalho dê certo.

Mas o sr. manteria Leyser na equipe, em outro cargo?

Ele tem convites de outros lugares. Se não me engano, da prefeitura do Rio, onde permaneceria na relação com os Jogos. Não conversei com o Leyser ainda sobre isso. Tive dois dias intensos de reuniões de transição, mas não tratei disso. Busco de hoje [terça] para amanhã [quarta] a indicação do novo secretário-executivo e de outros postos. Quero fechar a equipe.

O sr. é o quarto a chefiar o ministério em menos de um ano e meio. Às vésperas dos Jogos do Rio, não depõe contra a credibilidade da pasta?

Como disse, a troca não foi especificamente no Esporte. Ainda se vive um ambiente político que está retornando à normalidade, mas que esteve bastante aquecido nos últimos meses. Infelizmente, foi um processo que se abateu sobre o país e não só sobre o Esporte.

Temer cortou uma série de ministérios tão logo assumiu. O Ministério do Esporte é jovem, de 2003. É possível que ele seja extinto após a Rio-2016?

Não. Teremos esta grande tarefa de realizar os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos e depois teremos de encontrar a melhor forma de preservar o legado e dar a melhor destinação a ele. O ministério ainda terá muito trabalho.

O PRB, ex-partido do ministro anterior, George Hilton, criticava a falta de recursos na pasta. Como pretende investir em outras áreas?

Primeiro, temos que otimizar o orçamento que temos. De fato, ele está aquém das necessidades. Preciso lutar para que tenhamos mais dinheiro disponível para atividades esportivas.

Pretende convidar a presidente afastada Dilma Rousseff para a abertura dos Jogos?

Não cabe a mim. Essa é uma decisão que não cabe.

Mas o sr. acha justo que ela participe, depois de ter participado do processo?

Não me cabe opinar sobre algo que não está sob os cuidados da minha pasta.

O sr. pretende manter benefícios como a Bolsa Pódio e a Bolsa Atleta?

É importante manter o incentivo ao esporte de alto rendimento. Esse é um mecanismo para que o país se torne grande potência esportiva e olímpica. Temos sucesso no futebol, que não depende tanto de ações de governo, mas precisamos desenvolver outras modalidades. Eu desejo manter [os benefícios].

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