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Técnico da seleção feminina de basquete diz que 1ª missão é resgatar autoestima

O técnico da seleção feminina de basquete, Antônio Carlos Barbosa, está otimista para a disputa da Rio-2016.

Em 30 minutos de entrevista para a Folha, ele não hesita em falar que "não aceita que uma equipe entre em uma Olimpíada sem pensar em uma medalha", que os torcedores "talvez tenham uma grande surpresa" e que esse time "tem todas as condições de ganhar uma medalha".

Porém, na sexta pergunta, ele admite que "não será fácil". Pois basta olhar os resultados recentes para perceber isso.

Após ganhar o bronze em 2000, em Sydney, na Austrália, o máximo que o Brasil conseguiu atingir em uma Olimpíada foi o quarto lugar em Atenas-2004, na Grécia.

Depois, em Pequim-2008, na China, amargou a 11ª posição. Em Londres-2012, na Inglaterra, ficou em nono. Para a Rio-2016, as expectativas não são das melhores.

Barbosa não tem nenhum novo talento na seleção. O grande nome do time continua a ser a ala Iziane, 34. A principal armadora da equipe, Adrianinha, por exemplo, tem 37 anos.

"Nós entramos num processo de diminuição de equipes e houve uma queda no trabalho de base, porque se você não consegue bons resultados, a mídia se afasta, assim como os patrocinadores. Dessa forma, sem aporte financeiro para fazer uma estrutura legal de base, você fica com um número menor de opções para convocar. É um problema sério", disse Barbosa.

"Mas eu nunca duvidei da qualidade técnica dessas jogadoras que estão aí. Sempre acreditei no potencial delas. Só tiveram um momento em que não estiveram bem nas competições", afirmou. Por isso, o treinador vai construir este time por partes.

A seleção iniciou os trabalhos visando os Jogos no dia 2 de maio, em Campinas, interior de São Paulo. Serão três meses de preparação até a estreia na Olimpíada.

O técnico fez uma lista de 15 atletas para os treinos. Erika, Damiris e Clarissa, que estão na WNBA, chegarão depois.

E o passo inicial de Barbosa será o de levantar o moral das jogadoras convocadas, que estão na sombra dos resultados ruins dos últimos anos.

"A primeira coisa que temos que trabalhar é o emocional. Temos que resgatar a autoestima. Mostrar para elas para acreditarem que são capazes de fazer melhor do que fizeram até agora", afirmou.

No Mundial de 2014, por exemplo, a seleção ficou em 11º. Em quatro jogos no torneio, perdeu três e ganhou apenas um. Foi eliminada nas oitavas de final ao perder para a França, por 61 a 48.

Mas Barbosa não se incomoda em ouvir que esta seleção chega desacreditada para a Rio-2016.

Como resposta, ele lembra dos Jogos de Sydney, quando o Brasil também chegou sem grandes aspirações e surpreendeu. Era a primeira Olimpíada depois da geração de Hortência e Magic Paula.

Com uma equipe jovem, liderada por Janeth, Barbosa conseguiu chegar ao bronze. Nas quartas de final, derrotou o forte time da Rússia. Só parou na semifinal, contra a Austrália.

"Ninguém acreditava que aquela equipe fosse ter sucesso. São coisas imprevisíveis", afirmou.

"Em 1994, por exemplo, o Brasil foi campeão do mundo só com cinco times no Campeonato Paulista e sem liga. E mesmo assim, ganhamos", disse.

A seleção está, neste momento, na Venezuela, onde disputa o Campeonato Sul-Americano, que começou na sexta-feira (20) e vai até esta quinta (26).

O Brasil já está na semifinal da competição. Bom para a autoestima delas.

Basquete

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