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Transporte será o desafio durante a Paraolimpíada, diz presidente do Comitê

A cem dias do início dos Jogos Paraolímpicos do Rio, a maior incerteza recai sobre o vaivém em um evento que reúne mais de 4.000 atletas.

Na Olimpíada, serão cerca de 10.500 competidores.

A preocupação vem de Philip Craven, 65, presidente do Comitê Paraolímpico Internacional. Se na Olimpíada, a prefeitura do Rio prevê pelo menos três feriados (5, 18 e 22 de agosto), para a Paraolimpíada a cidade estará em plena atividade —ocorrerá de 7 a 18 de setembro.

À Folha, o dirigente inglês falou ainda sobre a baixa procura por ingressos, a crise econômica e a zika.

Olivia Harris - 28.ago.12/Reuters
ORG XMIT: OCH104 Paralympian and International Paralympic Committee (IPC) President Philip Craven speaks during the torch relay ceremony at Stoke Mandeville Stadium in Buckinghamshire August 28, 2012. REUTERS/Olivia Harris (BRITAIN - Tags: SOCIETY)
O presidente do Comitê Paraolímpico Philip Craven

EXPECTATIVA

"Com base em eventos internacionais ao longo deste ciclo, tenho certeza de que a Rio-2016 será a melhor edição da história dos Jogos Paraolímpicos em termos de desempenho atlético. Eu já posso afirmar isso com antecedência. Eu estou muito otimista."

BAIXA PROCURA POR INGRESSO

"Soube que houve uma revisão na carga de ingressos postos à venda, que passou de 3,1 milhões para 2,5 milhões. Isso aconteceu uma vez que as instalações foram completadas e muitos assentos tiveram de ser inutilizados devido a posições de mídia. Eu fui informado que um terço desta carga de tíquetes foi vendido. Ou seja, houve uma melhora. Acredito que, no momento em que se iniciar a febre da Olimpíada, as pessoas vão se interessar."

RIO X LONDRES

Os organizadores da Rio-2016 tinham como meta quebrar o recorde de venda dos Jogos Paraolímpicos de Londres e ter arenas lotadas. Apesar da baixa procura, Craven disse que acredita no potencial do evento do Rio.

"Eu tenho certeza que podemos ter estádios lotados. Houve aumento na divulgação e se mostrou a importância de ter um ingresso. Será uma chance de os brasileiros sentirem grande orgulho de seu país. O time brasileiro terá grandes resultados e a história prova que nesta situação o país encampa os atletas."

TRANSPORTE

"Quanto à segurança, temos absoluta confiança nas medidas que foram tomadas e anunciadas até agora. Mas, em relação ao transporte durante a Paraolimpíada, é uma situação diferente. Estamos cientes de que o Rio voltará ao trabalho em setembro depois dos feriados estabelecidos para agosto, nos Jogos Olímpicos. Porém, há muito trabalho a fazer, sobretudo na comunicação com [o prefeito Eduardo] Paes e sua equipe sobre as necessidades de fazer ajustes nos transportes.

Acho que os atletas chegarão no horário de competir, é claro, só que é um desafio."

É POSSÍVEL TER MAIS FERIADOS?

"Tomando Londres como exemplo, houve um período fantasma durante os Jogos Olímpicos [já que muitos deixaram a cidade], e se dizia que quando a vida normal fosse retomada, já na época da Paraolimpíada, seria difícil.

Não foi. Não acho justo pedir dois meses de férias para as cidades-sedes. Estamos confiantes que as medidas postas em práticas serão suficientes."

ZIKA

O dirigente descartou fornecer camisinhas ou repelentes aos atletas. "Isso fica a cargo de cada delegação. Todos têm de tomar precauções, mas as autoridades estão se esforçando. O esforço feito para os Jogos Olímpicos será o mesmo para os Jogos Paraolímpicos."

BRASIL EM CRISE

"A situação econômica e política tem um efeito tremendo na operação dos organizadores. Mas confio que o mundo do esporte vai se unir e dar um jeito de fazer com que os Jogos sejam um sucesso. Quero que o Brasil os veja como algo que vai revitalizar a nação."

RAIO X — PHILIP CRAVEN

NASCIMENTO
4.jul.1950 (65 anos), em Bolton, Inglaterra

COMO ATLETA
Foi às Paraolimpíadas de Munique (1972), Montréal (1972), Moscou (1980), Los Angeles (1984) e Seul (1988), nas modalidades de basquete em cadeira de rodas, natação e atletismo. Não conquistou, porém, medalhas no evento.

COMO DIRIGENTE
É presidente do Comitê Paraolímpico Internacional desde 2001, e membro do Comitê Olímpico Internacional desde 2003.

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