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Rio ainda tenta verba para metrô a menos de 2 meses do início da Olimpíada

Perto do inicio dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio, o governo estadual ainda tenta sair da inadimplência para receber verbas do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Social) para a linha 4 do metrô.

"O Estado do Rio deixou de receber a parcela do BNDES justamente porque estava inadimplente. Na medida que ficou inadimplente, seu crédito ficou suspenso pela União. O que se busca neste momento é que o Estado volte a estar adimplente para que a parcela seja liberada", afirmou, nesta terça-feira (7), o ministro Eduardo Picciani (Esporte), em Londres.

Mesmo sem a garantia de que os recursos serão liberados, Picciani afirma que a obra será concluída. Depois de sucessivos atrasos, a previsão é que a linha estará pronta no dia 2 de agosto, três dias antes da abertura oficial da Rio-2016. O uso será, inicialmente, exclusivo para quem vai participar dos Jogos.

O projeto da linha 4 está estimado em R$ 9,7 bilhões em investimentos. Para financiar o valor, o Rio conta com R$ 7,6 bilhões do BNDES.

Christophe Simon/AFP
Operários trabalham em obra da linha 4 do mêtro do Rio
Operários trabalham em obra da linha 4 do mêtro do Rio

Picianni esteve na capital inglesa, sede dos Jogos de 2012, para visitar o parque olímpico e se encontrar com seu homólogo britânico, John Whittingdale.

A maior preocupação dos britânicos é com a epidemia do vírus da zika e com a segurança dos Jogos. Picciani prevê que os casos no Rio serão próximos de zero durante a Olimpíada.

LEGADO EM DISCUSSÃO

Nesta terça, em conversa com jornalistas na Embaixada de Londres, o ministro afirmou que o destino dos principais equipamentos dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos do Rio ainda está em discussão.

Há planos de transformar alguns dos equipamentos em escolas e até desmontar estruturas e transportá-las para outros Estados, onde há demanda para determinadas modalidades.

"É uma discussão que está sendo feita a fundo. A minha primeira medida é criar um grupo de trabalho para formular uma proposta com o Rio e os demais envolvidos. Não há ainda uma definição de onde será montada as estruturas", admitiu o ministro.

Picciani também explicou porque no Rio a Vila Olímpica será um condomínio de luxo, em contraste com o que aconteceu em Londres, onde parte das casas foi cedida à população mais carente.

"Em Londres, houve a participação de recursos públicos, por isso parte foi revertida em moradias sociais. No caso do Rio, para facilitar o financiamento dos equipamentos olímpicos em razão das dificuldades financeiras, 100% das obras da vila é com capital privado. [...] Algo bastante desejado. Poupando a necessidade de colocar recursos diretamente do governo", justificou.

Apesar de não oferecer nenhuma garantia de como os equipamentos da Rio-2016 terão, por exemplo, destino diferente de estádios como os de Cuiabá, Manaus e até mesmo em Brasília –onde praticamente não há demanda que justifique os investimentos da Copa do Mundo em 2014–, Picianni prometeu um legado "ainda melhor" que o da Copa.

Fez questão de ressaltar que os investimentos do governo federal nos Jogos foi menor que os gastos com saúde (R$ 431 bilhões) e educação (R$ 345 bilhões) no mesmo período.

INTERFERÊNCIA POLÍTICA

Ainda nesta terça, Picciani foi questionado, mais uma vez, se a presidente Dilma Rousseff, afastada do cargo, será convidada a participar dos Jogos. Ele voltou a dizer que não cabe a ele fazer a lista de convidados, responsabilidade do comitê organizador e do Comitê Olímpico Internacional. Mas afirmou que Brasil será representado por Michel Temer, como mandatário do país.

Para ele, a situação política do país não interfere nos Jogos. E, segundo Picciani, é o que pensa a maioria dos brasileiros, segundo uma pesquisa encomendada pelo Ministério do Esporte.

"Não nos preocupa o trato das questões politicas do Brasil em relações aos jogos políticos. 78,7% considera que a mudança de governo não prejudicará a realização dos Jogos Olímpicos", disse o ministro que, ao sair da embaixada, passou por três manifestantes que protestavam contra o governo Temer e o chamaram de golpista.

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