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Análise

É o fim da Sharapova como a conhecemos

A pergunta que os fãs de tênis se fazem mundo afora é: acabou a carreira da russa Maria Sharapova, 29?

Se considerarmos a tenista tal qual a conhecemos hoje, a resposta é provavelmente sim, isso caso a decisão da Federação Internacional de Tênis de suspendê-la por dois anos seja mantida (ela disse que irá recorrer).

A punição por doping deixa de valer em janeiro de 2018, quando ela terá 30 anos, a três meses de completar 31.

Não é uma idade que inviabiliza a prática do tênis feminino de alto nível.

Em 1990, com 33 anos, a tcheca naturalizada norte-americana Martina Navratilova foi campeã em Wimbledon. Quatro anos depois, foi vice do mesmo torneio, caindo apenas diante da espanhola Conchita Martínez em uma partida extremamente disputada.

Sim, eram outros tempos. Em reportagem recente da Folha, treinadores de tênis lembraram que, como no futebol, um bom desempenho hoje depende muito mais do físico que em outras épocas.

O que dizer então da norte-americana Serena Williams, a maior tenista da atualidade, com 34 anos?

A número 1 do ranking feminino, que acabou de ser vice em Roland Garros, brilha justamente nessa era em que a aptidão técnica faz diferença, mas menos do que há duas, três décadas.

No entanto, não é de hoje que Sharapova tem exibido um vigor físico muito aquém do demonstrado por Serena. Nesse sentido, 19 meses fora das competições oficiais cobrarão um preço alto.

A russa terá motivação para treinar diariamente por quase dois anos sem um torneio na semana seguinte? Qual será seu estímulo?

O prejuízo do ponto de vista competitivo é inegável, mas não se compreende Sharapova olhando só para o que acontece dentro da quadra.

Na última década, nenhum tenista se aproximou do poder midiático da russa. O carisma e a beleza –por que não falar sobre isso?– sempre foram aliados fiéis.

Revelado o caso de doping, as empresas Nike, Tag Heuer e Porsche desistiram de patrocinar Sharapova.

Imagine você, leitor, como diretor de marketing de uma dessas empresas, ou de outras gigantes que reservam valores vultosos para o patrocínio de astros do esporte. Associaria sua marca a uma tenista associada a um dos casos de doping mais comentados da história?

Sharapova soube como poucos atrair os holofotes dentro e fora das quadras. Esse fenômeno não existe mais.

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