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Ministério suspende bolsa de Etiene Medeiros após caso positivo de doping

A pernambucana Etiene Medeiros, 25, destaque da natação feminina do Brasil, foi pega em um exame antidoping e pode ficar fora dos Jogos Olímpicos do Rio, em agosto.

A contraprova também deu positivo. As informações são do site Globoesporte.com –a Folha confirmou o caso positivo. O teste que a flagrou ocorreu em 8 de maio e foi realizado pela ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem).

Segundo Marco Aurelio Klein, secretário nacional para a entidade, o controle foi fora de competição e detectou a substância fenoterol, um antiasmático que atua como broncodilatador. O fenoterol também estimula a produção do hormônio eritropoietina e de anabolizantes.

Devido ao exame positivo, o Ministério do Esporte suspendeu a Bolsa Pódio que destinava à nadadora. "A Bolsa Pódio da atleta foi suspensa assim que o Ministério do Esporte tomou conhecimento do caso. A suspensão vai até o julgamento final da questão. Caso seja absolvida, receberá os valores pagos retroativamente. Se condenada, o benefício será cancelado", disse a pasta à Folha, por meio de nota.

Ela ganhava R$ 8 mil do repasse federal, por estar entre as 20 melhores do mundo em algumas de suas provas.

Etiene disputaria um campeonato na última semana na Europa, mas não participou das provas nas quais estava inscrita. No momento, ela permanece em São Paulo à espera dos próximos passos.

De acordo com a ABCD, a notificação foi feita no dia 2 de junho. No dia seguinte, ela se declarou em suspensão voluntária. Na terça-feira (14), Etiene pediu a abertura da contraprova, que também deu positivo.

A pernambucana, primeira nadadora do país a conquistar ouro em Jogos Pan-Americanos (ouro nos 100 m costas em Toronto-2015) e pódio em um Mundial em piscina longa (prata nos 50 m costas em Kazan-2015), estava classificada para disputar cinco provas na Rio-2016: 100 m costas, 50 m livre, 100 m livre e os revezamentos 4 x 100 m livre e 4 x 100 m medley. A depender da tramitação do recursos e de eventuais julgamentos, ela pode ficar fora da Olimpíada do Rio.

Etiene também foi a primeira brasileira campeã mundial em piscina curta (25 m), na edição de Doha-2014, também nos 50 m costas –também obteve o recorde mundial da prova.

Quem cuidará da defesa da nadadora será o advogado Marcelo Franklin, que já trabalhou nos casos positivos de Cesar Cielo (2011) e João Gomes Júnior (2015). Ambos devem alegar falha no preenchimento da autorização de uso terapêutico do medicamento que ela utiliza para asma.

Neste ano, Etiene também foi testada quatro vezes pela Fina (Federação Internacional de Natação), todas as vezes fora de competição. Os exames ocorreram em fevereiro, março, abril e maio.

Em nota, a assessoria de imprensa da atleta disse que "a atleta Etiene Medeiros está tranquila e determinada a esclarecer o assunto e provar sua inocência". "Enquanto isso, ela respeitará todos os limites impostos pelas autoridades esportivas." A nadadora não vai se pronunciar.

Pessoas próximas classificaram ela como "firme", "lúcida" e "serena" no momento, apesar do caso positivo.

O Sesi-SP, clube que defende, disse que a pernambucana é "um dos seus orgulhos" da agremiação e que está do lado dela.

A Marinha do Brasil diz que "aguardará o resultado do julgamento e recursos, para um correto e justo posicionamento".

CASOS RECENTES

Etiene é apenas um dos muitos casos positivos que surgiram na natação brasileira nesta década. Cielo foi flagrado com o diurético furosemida com outros três atletas: Nicholas Santos, Vinícius Waked e Henrique Barbosa.

À exceção de Waked, que era reincidente e levou punição de um ano, os outros três receberam advertência.

Daynara de Paula, classificada para disputar os 100 m borboleta no Rio, também foi flagrada com o diurético e foi suspensa.

João Gomes Júnior recebeu gancho de seis meses em fevereiro de 2015 pelo uso de outro diurético, o hidroclorotiazida, no Mundial em piscina curta de Doha. O nadador teve seus resultados anulados, mas a equipe brasileira, que terminou em primeiro lugar no quadro geral, não foi alijada das medalhas nas provas em que ele participou.

Entre 2001 e o início de 2015, já computado o caso de João Gomes Júnior, o Brasil somou 30 controles positivos, de acordo relatórios oficiais da Fina. No período, somente a China teve mais dopados (33).

Que esporte é esse? - Natação

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