A Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) disse nesta terça-feira (21) que vai manter a punição ao atletismo da Rússia e que os atletas que provarem sua elegibilidade para os Jogos Olímpicos do Rio não vão poder competir na modalidade sob a bandeira do seu país.

Mais cedo, o presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Thomas Bach, afirmou justamente o contrário, ressaltando, em entrevista reproduzida por agências internacionais, que os russos livres de doping poderão disputar a Olimpíada sob a bandeira da Rússia.

Em um comunicado, a Iaaf disse que os competidores do país só estarão liberados para participar do atletismo na Rio-2016 como atletas neutros.

"A decisão foi inequivocamente apoiada no meio esportivo, e a reunião do COI hoje concordou de forma unânime em respeitar a decisão da Iaaf", disse a entidade em nota.

"A Iaaf vai trabalhar, agora, com o COI para assegurar que a decisão seja respeitada e implementada na íntegra", explicou o órgão.

A punição ao atletismo da Rússia é a maior restrição de uma nação em um esporte em razão de casos sistemáticos de dopagem.

Ainda nesta terça, Bach disse que "há sérias dúvidas sobre a presunção de inocência dos atletas russos e quenianos", que também estão envolvidos em casos de doping.

Depois de um encontro do comitê executivo do COI na Suíça, ficou decidido que os atletas de todos os esportes de Rússia e Quênia terão que confirmar individualmente sua elegibilidade para a Olimpíada.

"Os atletas desses países terão que se declarar elegíveis pelas federações de seus países e pelas federações internacionais por avaliações individuais. Terão que levar em conta testes supervisionados e aprovados por autoridades internacionais, que deverão olhar todas as circunstâncias e as evidências, respeitar o código da Wada [Agência Mundial Antidoping] e regras aplicáveis em cada entidade", disse Bach.