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Para movimentar Arena da Amazônia, Manaus terá 1º museu olímpico do país

Campeonatos de pôquer e dominó, recepção de casamentos, aniversários e festival de música eletrônica. A diversidade de eventos que a Arena da Amazônia passou a receber para pagar as contas é cada vez mais diversificada.

A partir de outubro, porém, uma ação mais douradora deve dar um ar mais nobre ao estádio, cujos gestores lutam para não se tornar o maior "elefante branco" de Manaus.

Em dois andares da arena será criado na arena o primeiro museu olímpico do Brasil.

A ideia partiu de Fabrício Lima, secretário de Esportes de Manaus, e contou com o apoio de Roberto Gesta de Melo, ex-presidente da CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo e um dos maiores colecionadores de relíquias olímpicas do mundo).

Ele tem cerca de 70 mil itens em sua coleção e uma galeria olímpica, aos moldes de um museu, nos fundos de sua casa, em bairro rico na capital do Amazonas.

"Vamos criar o primeiro museu olímpico do país juntando nosso material da galeria de ídolos [do Amazonas] com as peças históricas do Gesta. Ele será o curador do museu. De três em três meses, será feita uma troca das peças", explica Lima.

Gesta ainda hoje é membro do conselho da IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo) e possui preciosidades que vão de medalhas dos Jogos Olímpicos de Paris-1900 a tochas de todas as Olimpíadas.

"Hoje, certamente, a minha é uma das maiores, se não for a maior coleção privada do mundo", afirma Gesta.

O museu deve ser aberto na primeira semana de outubro, antes do clássico Flamengo x Fluminense -que vai ocorrer na arena em 12 de outubro.

As visitas serão guiadas (jovens aprendizes já estão sendo treinados) e haverá cobrança de ingressos. De início, a secretaria estuda definir R$ 10 para brasileiros e R$ 20 para estrangeiros. A estruturação do museu será arcada pela secretaria do Estado.

O dinheiro arrecadado vai para o fundo de administração da instalação.

Atualmente, não há visitas guiadas à Arena da Amazônia, que custou R$ 660 milhóes, foi sede de jogos da Copa do Mundo e vai receber seis partidas de futebol dos Jogos Olímpicos, em agosto.

O estádio fechou 2015 no vermelho após passar praticamente todo o ano ocioso.

A nova administração, que a assumiu em janeiro, tenta torná-lo viável financeiramente. Segundo Thiago Durante, gestor de praças esportivas do Estado, são gastos R$ 500 mil por mês para manutenção da arena, ou seja, um total de R$ 6 milhões ao ano.

Uma das primeiras medidas foi derrubar as taxas que eram cobradas anteriormente, de R$ 160 mil e porcentagem da renda obtida.

Atualmente, não há mais cobrança de aluguel para as equipes locais jogarem na Arena da Amazônia. É cobrado apenas 10% da renda além do pagamento do quadro móvel (pessoas que trabalham no estádio no dia do evento).

Outros setores do estádio, como o pódio, no anel que circunda as arquibancadas, e o salão Bossa Nova, são alugados por valores que variam entre R$ 5 mil e R$ 14 mil.

Neles foram realizados torneios regionais de pôquer, festas de casamento e baile de debutante. Nos próximos meses, estão programados uma rave, um campeonato de dominó e o que mais vier.

"Temos que correr atrás sempre, porque há uma dificuldade grande para se deslocarem até aqui, que é a distância", disse Durante.

Com as facilidades que sua gestão propõe, a arena vai receber Brasil x Colômbia, em 6 de setembro, pelas Eliminatórias da Copa, o Fla-Flu, um torneio internacional de futebol feminino, em novembro, e um show de Roberto Carlos pré-programado para o início de dezembro.

RISCO OLÍMPICO

A inclusão da Arena da Amazônia como sede do torneio olímpico de futebol nunca foi unanimidade. A Fifa era contra, mas prevaleceu a vontade de Carlos Arthur Nuzman, presidente do comitê organizador dos Jogos do Rio.

Neste mês, porém, Manaus correu risco de perder o direito de receber partidas do megaevento esportivo. Em revisão de projeto, o COI (Comitê Olímpico Internacional) ligou o sinal de alerta para a cidade, que estava atrasada com suas estruturas temporárias.

O equipamento, que compreende tendas para delimitar área de imprensa e revista, entre outros, custará cerca de R$ 8 milhões ao Estado. Também serão gastos R$ 390 mil com vestiários, que passarão de dois para quatro.

Segundo a Folha apurou, a área técnica do comitê organizador da Rio-2016 chegou a defender a retirada de Manaus como sede do futebol olímpico.

Mas uma força-tarefa foi criada na capital do Amazonas e a promessa é tudo esteja entregue em 14 de julho -três dias antes da data-limite estabelecida pelo comitê, que por enquanto disse que a cidade está mantida.

O jornalista MARCEL MERGUIZO viajou a Manaus a convite do Bradesco

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