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Juiz da Operação Hashtag viu filmes para se informar sobre Estado Islâmico

Juiz responsável por expedir 12 mandados de prisão temporária contra investigados de organizarem uma ação terrorista durante as Olimpíadas na operação Hashtag, Marcos Josegrei da Silva, 44 anos, recorreu a documentários para se informar sobre o EI (Estado Islâmico).

Há cerca de duas semanas a investigação da divisão antiterrorista da Polícia Federal sobre brasileiros suspeitos de ter ligação com o grupo terrorista caiu na sua vara, a 14ª Federal do Paraná.

Ernani Ogata/Xinhua
O juiz Marcos Josegrei da Silva durante coletiva de imprensa em Curitiba
O juiz Marcos Josegrei da Silva durante entrevista coletiva em Curitiba

Para se aprofundar no assunto, ele buscou programas que explicavam o nascimento e a disseminação da organização. "Passei a assistir documentários, como o 'Conheça o Estado Islâmico, exibido pela Globonews para entender melhor o tema", explicou Josegrei da Silva. O filme apresenta táticas, metas e práticas de dominação do grupo.

"Sabe o que significa ISIS", questionou o magistrado à reportagem. "Islamic State in Iraq and Syria", respondeu. A sigla se refere ao Estado Islâmico no Iraque e na Síria que foi criado em 2013 e que deu origem ao atual EI.

Ele também disse que chegou a ler trechos do alcorão, o livro sagrado do islamismo, que ganhou de presente de uma funcionária. "Quando atuei em Foz de Iguaçu ganhei um. Cheguei e ver alguns trechos, mas não é simples entender", disse. Como o tempo para expedir a decisão foi curto, ele disse que não conseguiu visitar nenhuma mesquita.

OS SUSPEITOS 13 pessoas são investigadas por associação com o terrorismo

Em 16 anos como juiz federal do Paraná, o gaúcho nascido em Porto Alegre teve passagem pelas cidades de Foz do Iguaçu, Guarapuava, Paranaguá, e Curitiba, onde se encontra hoje. Nesse período, acumulou experiência em assuntos ligados à corrupção e lavagem de dinheiro. Esta é a primeira vez que ele toma decisões ligadas a um caso de terrorismo. Segundo Josegrei da Silva, a ação veio para ele por um dos investigados ser do Paraná.

Quando chegou a cobrir um plantão de fim de ano na Justiça Federal, em janeiro de 2015, o magistrado assinou decretos de destaque na Lava Jato, como a prisão do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

Hoje, ele é o responsável pela ação que investiga se policiais dissidentes negociaram repasse de informações que poderiam obstruir as investigações da Lava Jato. Entre os indiciados do caso está Augusto Arruda Botelho, que foi defensor de Marcelo Odebrecht.

Estado Islâmico - Entenda a facção terrorista

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