Agentes da Polícia Federal e da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) tentam descobrir se um iraniano que vinha sendo monitorado desde o dia 15 deste mês, sob suspeita de cometer "atos preparatórios para o terrorismo", ainda está no Brasil.
Pouria Paykani, 27, foi visto pela última vez no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, na quarta-feira (20).
Contra ele há um mandado de prisão por desacato e a ordem de retirada do país em até 48 horas após ser detido, por determinação da juíza federal Caroline Scofield Amaral, da 5ª Vara Federal de Guarulhos (SP).
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Pouria Paykani no aeroporto de Guarulhos |
Procuradas, PF e Abin não comentaram o caso. Em nota, o Ministério Público Federal afirmou que "requereu a prisão para deportação do mencionado cidadão em virtude de sua situação irregular em território nacional".
O órgão não esclareceu qual é a irregularidade. Disse apenas que a prisão tem por base a lei 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro) e que se trata de "procedimento regular utilizado em casos de pessoas indocumentadas, sem visto ou residência no país".
Fontes da divisão anti-terrorismo da PF ouvidas pela Folha afirmaram que o iraniano é procurado por suspeita de terrorismo, mas não especificaram que "atos preparatórios" ele já teria feito.
Paykani vinha sendo seguido pela PF e pela Abin, mas os agentes perderam seu paradeiro. Uma foto do iraniano foi repassada a todos os aeroportos do Brasil e aos servidores que atuam no serviço de inteligência dos Jogos.
Ele entrou no Brasil em março, vindo do Uruguai, com um passaporte iraniano. Chamou a atenção da PF pela primeira vez em junho, ao ser visto fotografando o saguão de embarque do aeroporto de Guarulhos.
Por duas vezes, Paykani voltou ao local e fez novas fotos. Na última, foi interpelado por dois policiais e discutiu com um deles. Preso por desacato, foi logo liberado.