Publicidade
Publicidade

Turistas estrangeiros demonstram medo e otimismo em chegada à Rio-2016

"Sei duas coisas sobre o Rio: perigo e zika, brincou o operador de câmera coreano Juha Kim, 32, minutos depois de desembarcar no Rio de Janeiro, na última quarta (20).

"Minha família pediu para eu sair o mínimo possível de casa, mas acho que vai dar tudo certo", disse Kim.

Ricardo Borges/Folhapress
O coreano Juha Kim está no Brasil para acompanhar a Rio-2016
O coreano Juha Kim está no Brasil para acompanhar a Rio-2016

O humor dele, misto de cautela e otimismo, resumia as impressões dos estrangeiros que chegavam ao aeroporto internacional naquela manhã para a Olimpíada.

A uma semana do início dos Jogos, a cidade começa a mudar de cara com a chegada da chamada "família olímpica" –pessoas ligadas aos Jogos– e turistas.

Os estrangeiros ouvidos pela Folha disseram que estavam apreensivos com a questão da segurança antes de viajar –tanto com a criminalidade quanto com atentados terroristas, mas a tensão arrefeceu quando se instalaram na cidade.

"Minha mulher e eu estávamos preocupados, com medo de roubos, mas agora que cheguei, estou me sentido mais seguro. Vejo bastante policiamento, disse o holandês Boudenijn Esselink, 41, enquanto passeava pela praia de Copacabana na última segunda (25).

Editoria de Arte/Folhapress

Eles compraram ingressos para cinco esportes há seis meses, e foram ficando mais temerosos à medida que a viagem se aproximava e as notícias ruins sobre a cidade surgiam.

Com a chegada dos turistas, o comércio voltado para eles começa a se instalar na orla –vendedores de camisas esportivas, estátuas humanas, anúncios de passeios de barco. Um sósia do jogador Ronaldinho Gaúcho, Robson Oliveira, 26, cobrava até R$ 70 de estrangeiros por uma foto, e R$ 5 dos brasileiros.

O clima no calçadão é de família, diferente do que se viu na Copa do Mundo, quando grupos de jovens, principalmente de países vizinhos ao Brasil, invadiram a praia.

No aeroporto internacional do Galeão, na última quarta, estrangeiros elogiavam funcionários e criticavam a infraestrutura.

O saguão já estava cheio de militares e voluntários para orientar os recém-chegados –há cerca de 1.200 deles pela cidade. Mesmo assim, muitos estrangeiros ainda pareciam perdidos.

Não ajudava o fato de que o centro de informações estava escondido do desembarque internacional por uma reforma que acontecia no saguão do aeroporto.

De um lado dos tapumes, turistas perdidos; do outro, um balcão às moscas. O aeroporto diz que eles serão removidos até o fim de julho.

"Essa é a coisa mais cretina que já vi", disse a francesa Isabella, 56, que não quis divulgar seu sobrenome, ao desembarcar.

"Os funcionários do aeroporto são todos muito simpáticos, nota-se que estão fazendo esforço para nos receber bem. Mas isso não adianta se a estrutura não estiver no mesmo nível."

Ela, que conhece a cidade, conta que veio para a Olimpíada para acompanhar um amigo desavisado.

"Ainda não estou muito entusiasmada com os Jogos, mas acredito que isso vá melhorar. Me pergunte daqui a três semanas e espero ter uma resposta mais positiva."

Segurança olímpica

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade