Publicidade
Publicidade

Yane Marques, do pentatlo moderno, vai ser a porta-bandeira do Brasil na abertura

Pela primeira vez após 21 edições olímpicas, o Brasil terá uma atleta do pentatlo moderno como porta-bandeira da delegação na cerimônia de abertura dos Jogos, na próxima sexta-feira (5).

A pernambucana Yane Marques, 32, foi escolhida por votação popular na Internet e seu nome foi anunciado na noite deste domingo (31) no "Fantástico", da TV Globo. Ela teve 49% dos votos contra 40% de Serginho e 11% de Scheidt.

Yane será a segunda mulher a ter tal honra. Em Sydney-2000, Sandra Pires, campeã olímpica do vôlei de praia quatro anos antes, conduziu a bandeira na festa de abertura.

Também torna-se a segunda nordestina a ser porta-bandeira do país na festa. O primeiro e único até hoje era Antônio Lira, paraibano do atletismo, em Los Angeles-1932.

Medalhista de bronze em Londres-2012, a pentatleta venceu na votação dois campeões olímpicos: Serginho, do vôlei, e Robert Scheidt, da vela.

"Foram algumas surpresas. Primeiro a indicação e agora esse resultado. Concorrer com duas feras que eu sou fã, admiro demais, mas estou transbordando de alegria", afirmou Yane à TV Globo.

"Acho que carregar a bandeira já é uma situação honrosa. No país, país-sede, todo mundo assistindo. Quero ser uma porta-bandeira muito alegre e uma porta-voz deste sentimento que representa a Olimpíada. Que o país se una mais. Quero ser uma porta-bandeira muito feliz e que represente muito bem os brasileiros", completou.

O COB (Comitê Olímpico do Brasil) escolheu os três nomes para concorrer ao pleito realizado no site da Globo.

Única mulher da lista de concorrentes, Yane é a primeira porta-bandeira do Brasil sem ouro olímpico desde Walter Carmona, que teve tal honra em Seul-1988 -o judoca foi bronze em Los Angeles-1984.

Nascida em Afogados da Ingazeira, cidade de 42 mil habitantes a cerca de 300 quilômetros do Recife, a pentatleta nem sequer participaria da cerimônia de abertura. Como compete apenas nos dias 18 e 19 de agosto, ela estaria treinando em Curitiba e não estaria no Rio na próxima sexta (5).

"A Yane é uma atleta especialíssima. A medalha conquistada em Londres foi um exemplo emocionante de superação. O Brasil reconheceu nessa eleição a incrível trajetória da Yane no cenário olímpico internacional e concedeu ao pentatlo moderno a oportunidade de, pela primeira vez na história dos Jogos, ter um pentatleta como porta-bandeira da delegação do país-sede na cerimônia de abertura", disse o presidente da Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno, Helio Meirelles.

SURPRESA FORA DOS PLANOS

A Folha apurou que o COB gostaria que um campeão ou bicampeão olímpico fosse porta-bandeira na festa da noite de sexta (5), no Maracanã.

Em 2004, o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, afirmou que o escolhido para tal honra sempre seria um medalhista de ouro. "Enquanto eu sou presidente, o porta-bandeira é campeão olímpico", disse à epoca.

As possibilidades, porém, se restringiam a Scheidt, Serginho e Rodrigo Pessoa.

O paulista Scheidt, 43, é o maior medalhista brasileiro da história dos Jogos, com dois ouros (1996 e 2004), duas pratas (2000 e 2008) e um bronze (2012). Ele foi o porta-bandeira do país em Pequim-2008. O velejador Torben Grael também tem cinco medalhas (duas de ouro, uma de prata e duas de bronze).

O paranaense Serginho, 40, foi campeão dos Jogos em Atenas-2004, depois conquistou a prata em Pequim-2008 e Londres-2012. É o único da atual seleção masculina de vôlei com um ouro olímpico. O vôlei nunca teve um atleta como porta-bandeira da delegação brasileira.

Já o porta-bandeira do Brasil nos Jogos de Londres, em 2012, o cavaleiro Rodrigo Pessoa foi anunciado como reserva na equipe brasileira de hipismo para a Olimpíada. Então, uma mulher foi colocada em seu lugar.

Na delegação brasileira para a Olimpíada do Rio há 14 atletas que já conquistaram o ouro: Sarah Menezes (judô), Arthur Zanetti (ginástica), Robert Scheidt (vela), Rodrigo Pessoa (hipismo, porta-bandeira do Brasil em 2012), Thaísa, Fabiana, Sheilla, Fê Garay, Jaqueline, Dani Lins, Adenízia, Tandara e Natália (todas do vôlei), além de Serginho.

Sarah e Zanetti competem logo no primeiro dia, assim como as jogadoras da seleção de vôlei. Fato que tira todos eles da cerimônia de abertura.

OURO JÁ FOI CRITÉRIO DE DESEMPATE

Em 2004, o nadador Gustavo Borges foi preterido pelo iatista Torben Grael para carregar a bandeira do Brasil na abertura dos Jogos de Atenas, pelo fato de que o segundo já havia conquistado a medalha de ouro.

Na ocasião, ambos haviam chegado quatro vezes ao pódio em Olimpíadas. Só que Grael havia alcançado uma vez o lugar mais alto.

"Realmente acho que a abertura tem um peso maior. Enquanto eu sou presidente, o porta-bandeira é campeão olímpico", afirmou, na época, o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman.

Confira todos os porta-bandeiras do Brasil em Jogos Olímpicos:

- Antuérpia-1920: Afrânio Antônio da Costa (Tiro Esportivo)
- Paris-1924: Alfredo Gomes (Atletismo)
- Los Angeles-1932: Antonio Pereira Lira (Atletismo)
- Berlim-1936: Sylvio de Magalhães Padilha (Atletismo)
- Londres-1948: Sylvio de Magalhães Padilha (Atletismo)
- Helsinque 1952: Mario Jorge da Fonseca Hermes (Basquete)
- Melbourne-1956: Wilson Bombarda (Basquete)
- Roma-1960: Adhemar Ferreira da Silva (Atletismo)
- Tóquio-1964: Wlamir Marques (Basquete)
- Cidade do México-1968: João Gonçalves Filho (Polo Aquático)
- Munique-1972: Luiz Cláudio Menon (Basquete)
- Montreal-1976: João Carlos de Oliveira (Atletismo)
- Moscou-1980: João Carlos de Oliveira (Atletismo)
- Los Angeles-1984: Eduardo Souza Ramos (Vela)
- Seul-1988: Walter Carmona (Judô)
- Barcelona-1992: Aurélio Miguel (Judô)
- Atlanta-1996: Joaquim Cruz (Atletismo)
- Sydney-2000: Sandra Pires (Vôlei de Praia)
- Atenas-2004: Torben Grael (Vela)
- Pequim-2008: Robert Scheidt (Vela)
- Londres-2012: Rodrigo Pessoa (Hipismo)
- Rio-2016: Yane Marques (Pentatlo Moderno)

*

Brasileiros classificados para a Olimpíada

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade