Uma das principais bandeiras do COI (Comitê Olímpico Internacional) neste século é o aumento da participação feminina no esporte, e os Jogos do Rio reúnem fatos e atores que reforçam essa iniciativa.
As duas principais potências competitivas do mundo, EUA e China, chegam ao Brasil impulsionadas muito mais por "elas" que por "eles".
A predominância nas enormes delegações dos dois países é de mulheres. Os americanos trazem, entre seus competidores, 292 mulheres, ou seja 52,6% da equipe.
Trata-se de recorde nos 120 anos de Jogos Olímpicos modernos. Nunca uma nação teve tantas representantes do naipe feminino numa edição.
A marca anterior pertencia à arquirrival China, que vira 289 esportistas competirem em Pequim-2008.
"Estou muito empolgado, especialmente, com este histórico número de mulheres em nossa delegação para o Rio", disse o CEO do Comitê Olímpico dos EUA, Scott Blackmun.
Sexo forte - Mulheres são maioria entre países da elite olímpica
Em Londres, em 2012, os norte-americanos já haviam tido um número maior de mulheres, mas com uma diferença menor: 269 contra 261.
A China apresenta contraste até mais dilatado. Se há quatro anos os asiáticos tiveram 54 mulheres a mais (225 ante 171), agora no Rio o número explodiu: foi a 61%, isto é, 256 contra 160.
Os dois países têm se alternado na liderança do quadro de medalhas dos Jogos desde a edição de Atenas-2004.
Esse protagonismo mundial, agora ressaltado no âmbito dos gêneros, tem contaminado países como o Brasil.
A Austrália tem em suas fileiras 212 representantes do sexo feminino em um contingente de 418 competidores.
O Canadá, por sua vez, soma 187 mulheres entre seus 313 convocados.
Até mesmo a Grã-Bretanha, que tem maioria masculina (202 a 164), orgulhou-se em dizer que tem seu recorde no feminino.
Até este domingo (31), o total de atletas mulheres na Rio-2016 era de 5.185, de acordo com o sistema de informação do evento. A quantidade, porém, está sujeita a revisão.
Marcos da introdução de mulheres nos esportes -
Em Londres, o percentual entre participantes apontava que 44% eram mulheres, e houve presenças do sexo feminino em todas as modalidades pela primeira vez na história. O número crescerá no Rio.
Não houve participação feminina na primeira Olimpíada moderna, em Atenas-1896.
Algumas iniciativas do COI contribuíram para aumentar a participação delas. A entidade lançou em 2014 a Agenda 2020, documento no qual determinou 40 objetivos para implementação urgente.
Uma delas é sobre a igualdade de gênero. O órgão quer que a representação feminina chegue a 50% nos Jogos.