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Judô tem três competidores 'procurados' por equipe brasileira

"Procurados". É nesta lista que se encontram três judocas que vão competir na Olimpíada do Rio e que podem cruzar o caminho dos brasileiros.

O grupo de análise de desempenho da CBJ (Confederação Brasileira de Judô) vasculha a internet atrás de informações sobre o judoca de Burkina Faso da categoria pesado (+100 kg), Rachid Sidibe, e os de peso médio (-90kg) Renick James, de Belize, e Suliman Monier, do Sudão.

Os três não participam do circuito mundial e entraram na Olimpíada por convite da FIJ (Federação Internacional de Judô) —as federações costumam distribuir um pequeno saldo de vagas para países com pouca expressão no esporte.

"Teoricamente não seriam grandes adversários. Mas é bom ter a imagem para não ter efeito surpresa. O grande lance é minimizar o efeito surpresa. Chegar no chaveamento e saber se ela é destra, canhota, se tem bom chão", disse Rosicleia Campos, treinadora da seleção feminina.

A equipe de análise de desempenho da CBJ tem um acervo de 68 mil vídeos para tentar buscar o padrão de luta de cada um dos 369 possíveis rivais dos brasileiros nos Jogos.

Analisam como o atleta faz a pegada, estratégias de defesa e desempenho ao longo do combate.

"Precisamos de cerca de 12 lutas para formar um padrão. Mas isso depende do atleta e da variação com que ele aplica os golpes", disse Leonardo Mataruna, membro da equipe de análise.

O primeiro passo é buscar o acervo da FIJ. Depois, a pesquisa vai para páginas de compartilhamento de vídeos. Caso ainda assim nada apareça, a procura vai para as mídias sociais.

"O atleta sempre posta alguma coisa. Um dos que não encontrávamos de jeito nenhum colocou um vídeo no Instagram de poucos segundos. Dá para ter uma ideia dos movimentos", disse Mataruna.

Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo

Até quinta (28), a lista de "procurados" da equipe de análise tinha 22 nomes. Uma força-tarefa reduziu o número para três.

Alguns deles estavam fora do circuito mundial por lesão. A equipe teve de buscar vídeos do ciclo olímpico de Londres-2012, antes da última mudança de regras do judô, para conhecerem os possíveis adversários.

"Mesmo sendo da regra antiga, é possível buscar informações", afirmou Mataruna, doutor em Educação Física.

Os vídeos são passados para que os atletas estudem os movimentos dos adversários. Os judocas que auxiliam no treino também veem os vídeos para que simulem nas atividades o estilo dos adversários da equipe titular.

"Assisto lutas das minhas adversárias diariamente. Ajuda bastante, numa luta que você ganhou, saber como venceu. E também saber o que errou numa derrota. Essa troca é importante", disse a judoca Rafaela Silva, da categoria leve.

O treinador da equipe masculina, Fulvio Miyata, afirmou que é preciso dosar o uso de vídeos para análise de adversários.

"É fundamental para conhecermos os atletas, traçarmos táticas. Mas tem que ter uma certa cautela. Se a gente fica muito preocupado com o adversário, acabamos esquecendo o nosso", disse ele.

Brasileiros classificados para a Olimpíada

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