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Opinião

Criatividade e calor para superar grandiosidade de Londres-2012

Como superar a grandiosidade da Olimpíada de Londres, realizada há quatro anos? Eles tinham Paul McCartney, James Bond e até a rainha, todos dirigidos pelo oscarizado Danny Boyle ("Quem Quer Ser um Milionário?"). Resposta: criatividade, e calor.

Não tínhamos Boyle, mas temos Fernando Meirelles (indicado ao Oscar por "Cidade de Deus"). Ao lado do diretor artístico Abel Gomes, o Rio proporcionou uma abertura recheada de grandes momentos. Sem Paul, atacamos de Paulinho da Viola, que executou o melhor hino dos últimos eventos, esportivos ou não. E tivemos outros bons momentos musicais, óbvios, mas infalíveis, com Jorge Benjor, Caetano e um debilitado Gilberto Gil. Até Anitta mandou bem.

Usamos bem o que tínhamos de melhor. Gisele Bündchen desfilou como nunca. O 14 Bis sobrevoou um Rio mágico (virtual). A cidade cosmopolita virou favela. Tudo com muita computação gráfica, que funcionou bem na transmissão da TV.

Fizemos uma abertura com uma mensagem: cuidar do meio ambiente. Para o mundo deve ter funcionado enquanto espetáculo. Mas é bom não esquecer que mal conseguimos despoluir a baía de Guanabara para as competições.

Os momentos cansativos foram cansativos, mesmo com o esforço para tornar a entrada das centenas de delegações mais simpática. Michel Temer foi naturalmente vaiado, Carlos Arthur Nuzmann fez discurso mais para carioca do que para o mundo que o assistia (mesmo bilíngue). Zeca Pagodinho talvez tenha sido um pouquinho demais, Regina Casé também. E a pira? O acendimento em si, com Vanderlei Cordeiro de Lima no lugar de Pelé, não foi emocionante como em outras Olimpíadas, mas a pira olímpica é uma das mais belas das últimas edições dos Jogos.

Mas a beleza do Rio não precisa de orçamento olímpico nenhum. A imagem do Maracanã de cima, no mesmo corte do Cristo Redentor de verde e amarelo, vai correr o mundo. Nossa gambiarra deu certo.

Na Globo, Glória Maria quase fez Galvão Bueno parecer simpático. Empolgada, falava demais e em momentos desnecessários... com comentários desnecessários. "O nosso 14 Bis voava mesmo", disse em um momento, "é impressionante que eles saltam do nada para o nada", comentou em outro.

Glória fez muita gente ter saudade da outra Glória global, a Pires, que no Oscar se saía com um "não sou capaz de opinar". Muita saudade. Os comentários eram tão descabidos que até Galvão Bueno cortava a transmissão para dizer: "Vamos ouvir". Que faaase.

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