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'É como se a medalha fosse minha', diz técnico de Felipe Wu

O ex-atirador colombiano Bernardo Tobar, 65, sempre carregou consigo uma frustração. Ele participou de quatro Olimpíadas (Los Angeles-1984, Seul-1988, Barcelona-1992 e Atlanta-1996) e nunca conseguiu ganhar uma medalha.

Porém, 20 anos depois da sua última participação nos Jogos, ele finalmente pode comemorar. Não como atleta. Mas como treinador do paulista Felipe Wu, 24, que ganhou a prata no tiro, neste sábado (6), na Rio-2016.

"Sempre tive essa frustração esportiva na minha vida. Nunca ganhei uma medalha olímpica. Então [a do Wu] é como se fosse minha", disse Tobar.

A medalha de Wu foi a primeira do Brasil na Olimpíada do Rio. Ele ganhou a prata na modalidade de tiro de pistola de ar de 10 metros, no Centro Olímpico de Tiro, em Deodoro.

"Felicidade. É assim que posso resumir essa conquista. Trabalhamos muito para chegar até aqui. Estou muito orgulhoso e emocionado", afirmou Tobar.

Medalha de ouro na pistola de ar de 10m nos Jogos Pan-Americanos em Toronto, no ano passado, o paulista vem se estabelecendo nos últimos anos como o principal nome do tiro esportivo brasileiro nas últimas décadas.

Pouco antes da medalha em Toronto, Wu não tinha sequer local adequado para treinar: ele praticava tiro em casa e tinha dificuldades para comprar munição específica da modalidade, que precisa ser importada.

Em junho passado, o brasileiro conquistou, pela segunda vez no ano, a Copa do Mundo de tiro esportivo, na etapa de Baku, no Azerbaijão. Foi o último grande evento internacional da modalidade antes dos Jogos.

Tobar trabalha com Wu desde janeiro deste ano e disse que sempre acreditou na conquista da medalha no Rio.

"Quando cheguei ao Brasil, em janeiro, eu disse para o Felipe e para o pessoal da confederação 'olhe, eu trabalho com vocês se me prometerem uma medalha, já que eu nunca consegui ganhar'. Eu confiava muito", afirmou.

Wu disse que poucas coisas foram mudadas desde a chegada de Tobar, mas os dois construíram uma ótima relação.

"Não podíamos mudar muita coisa por questões técnicas, mas fizemos outros ajustes, como na atitude e lidar com pressão. Era polir sem mudar radicalmente. O trabalho foi nos pequenos detalhes. Desde o começo nos demos muito bem. Não é um trabalho de sete meses. É de dois anos. Mas ele tem uma estrela, certamente. Estou muito satisfeito com o trabalho", disse o paulista.

Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo

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