Prata em 2008 e 2012, após o ouro em 2004; vice campeão mundial em 2014, depois do tri em 2002/2006/2010; seis anos sem ganhar a Liga Mundial, com quatro segundas colocações.
O vôlei masculino do Brasil está incomodado por não conseguir voltar ao degrau mais alto do pódio, que se acostumou a frequentar nos últimos 24 anos.
E a Olimpíada do Rio, a partir do jogo deste domingo (7), às 11h35, contra o México, tornou-se a grande chance de reencontrar o ouro.
A inspiração de Bernardinho vem do americano Dan Jansen, 51, da patinação de velocidade no gelo.
Múltiplas vezes campeão e recordista mundial, Jansen chegou como favorito nas Olimpíadas de Inverno de 1988 e 1992, caiu em ambas.
Então, em sua última prova, nos Jogos de Lillehammer-1994, conquistou o esperado ouro olímpico.
"Quem sabe a gente não está se preparando para isso também? É a nossa, de alguns certamente, última possibilidade", disse Bernardinho.
"É o final de um ciclo para muitos aqui, está na hora desse time ser premiado pelo que tem demonstrado em muitos momentos", completou o técnico, que viu seu time perder finais para Rússia, EUA, França e Polônia, para ficar apenas nos países que estão no Rio, nos últimos anos.
Para tal feito, a seleção brasileira conta com a equipe menos experiente em Olimpíadas nos últimos 44 anos.
Dos 12 convocados para os Jogos do Rio, os únicos jogadores com experiência olímpica são o levantador Bruninho, o central Lucão, o oposto Wallace e o líbero Serginho -único remanescente do ouro em Atenas-2004.
FIVB/Divulgação | ||
O técnico da seleção brasileira masculina de vôlei, Bernardinho |
Este número de veteranos é igual ao de Moscou-1980. Depois, sempre houve mais experientes no grupo.
Serginho, inclusive, havia se aposentado da seleção após a prata de Londres-2012, mas Bernardinho o chamou de volta à equipe nacional.
"Eu torcia para que não precisasse [retornar], queria ter ficado em casa vendo", brincou Serginho.
"Estou cada vez mais velho, mas com espírito de Jogos Abertos, não pensando que é Olimpíada. Eu quero é ganhar a medalha, para nosso vôlei subir de novo no Brasil, para ter mais gente querendo jogar vôlei. Precisa garimpar gente porque o nível técnico das seleções de base está caindo muito", concluiu o preocupado e bem-humorado líbero de 40 anos.