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Primeiro campeão olímpico da vela pelo Brasil volta ao Jogos como voluntário

A última vez que Lars Bjorkstrom esteve em uma raia olímpica da vela foi aos 36 anos, na antiga União Soviética.

Na baía de Tallinn, hoje território da Estônia, o sueco naturalizado brasileiro conquistou a primeira medalha de ouro da vela nacional ao lado de Alex Welter na classe tornado.

Trinta e seis anos depois do título em Moscou-1980, Bjorkstrom, 72, está de volta às águas olímpicas, desta vez na baía de Guanabara. E como voluntário.

"Não fui em outras Olimpíadas porque era muito longe", brinca Bjorkstrom. "Esta será minha primeira vez como voluntário, é fascinante".

O velejador ainda tentou a vaga nos Jogos de Los Angeles-1984, mas perdeu para um jovem de 20 anos chamado Lars Grael, então parceiro de Glenn Haynes.

Ricardo Borges/Folhapress
Rio de Janeiro, RJ, BRASIL. 01 /08/ 2016; Lars Sigurd Björkström campeão olímpico em 1980, agora sera voluntário da vela, ao da esposa no Rio (Foto: Ricardo Borges/Folhapress) *** EXCLUSIVO FOLHA ***
Lars Sigurd Björkström campeão olímpico em 1980 e sua mulher

Companheiro de Bjorkstrom em 1980, Welter, 63, foi voluntário no evento-teste de vela no Rio no ano passado.

Durante a Olimpíada, porém, ele vai passar a fazer parte da equipe de oficiais técnicos dos Jogos —ou seja, vai receber ajuda financeira para alimentação e hospedagem, o que o companheiro não tem, por isso está hospedado na casa de um amigo, no bairro de Tijuca.

Assim, a dupla campeã olímpica vai se reencontrar durante as competições no Rio, mas em funções diferentes. Bjorkstrom começou os trabalhos no último domingo (31), já carregou caixas, ajudou a instalar boias e a preparar a Marina da Glória para as competições que começam na segunda (8).

"Fiquei muito tempo longe da vela. Estou aprendendo muito nestes dias. Vai valer muito a pena no final", afirma Bjorkstrom.

Ele vai ficar no barco da organização durante as regatas da classe Nacra, a partir de quarta-feira (10). Lá pode executar diversas funções, como assistente dos árbitros e oficiais da organização.

A bordo, por exemplo, pode auxiliar como tradutor —ele fala alemão, inglês e português— ou ser responsável por içar uma das mais de 300 bandeiras de sinalização para os velejadores.

"Eu não imaginava o tamanho da organização de uma Olimpíada. Mas já sei que é um estresse muito grande a bordo, estou me atualizando sobre tudo", diz.

A esposa de Bjorkstrom, a sueca Helena Backlund, também será voluntária na vela. Ela, inclusive, participou do evento-teste em 2015.

O marido, porém, não consegui em razão do emprego na Aceco, em São Paulo, onde trabalha há 29 anos com computação e informática. Durante a Olimpíada no Rio, ele vai conciliar o voluntariado e o trabalho, mesmo à distância. "Tempos de crise", lembra o ex-velejador.

Segundo o comitê organizador, no Rio são 50 mil voluntários entre os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. Apenas na Marina da Glória serão cerca de 500 voluntários.

Destes, 66% disseram ter alguma experiência com prática esportiva. Apenas 1% especificamente com a vela. Um destes voluntários é o primeiro campeão olímpico do Brasil no esporte.

VOLUNTÁRIA DA CASA

Prata em Atlanta-1996, bronze em Sydney-2000 e voluntária na Rio-2016. Assim será o currículo da jogadora de basquete Alessandra, 42, a partir da semana que vem.

A pivô, campeã mundial em 1994, vai atuar na operação do basquete, na Arena Carioca 1. Ela e a equipe ainda passam por treinamento.

Outras jogadoras de basquete como Helen e Cíntia Tuiú também estão na organização, mas como oficiais.

Há também parentes de atletas olímpicos, como a jornalista Gilda Lacombe Heilborn, mulher do campeão olímpico Carlão, do vôlei.

Enquanto o central ouro em Barcelona-1992 será um dos comentarista de vôlei do SporTV, Gilda atuará como voluntária no mesmo Maracanãzinho.

"Nunca mais iria ter essa possibilidade na minha cidade", diz Gilda, que mora na Barra da Tijuca.

Ela vai acompanhar equipes de filmagens das seleções que estiverem jogando no ginásio. "Adorei a função, vou poder ver os jogos", diz a voluntária que trabalhará das 16h ao fim do último jogo. "Giovane [Gáveo] é nosso 'chefe' lá e agradeci a força que ele deu para me colocar nessa função", completa.

Irmã de Ricardo Prado, nadador medalhista de prata em Los Angeles-1984, Denise Prado foi voluntária em eventos-testes. Agora, para a Olimpíada, foi convidada para ser uma das oficiais do controle antidoping da natação.

"Estou animadíssima", disse a paulistana que recebe ajuda financeira para alimentação e hospedagem. "É muito legal ser voluntária, vou passar a me inscrever sempre a partir de agora".

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