"A Olimpíada é dentro de nossa casa, e não estamos fazendo bonito."
O comentário de Leonardo de Deus, feito logo após ser eliminado na semifinal dos 200 m borboleta, resume o sentimento frustração em torno da participação da seleção brasileira de natação nos Jogos Olímpicos do Rio.
Leonardo, que era cotado a final no evento, foi apenas o décimo terceiro colocado no geral, com um tempo quase dois segundos pior do que seu recorde pessoal (1min55s01).
Dominic Ebenbichler/Reuters | ||
Leonardo De Deus durante o 200 m borboleta |
O Brasil teve apenas três finalistas até o momento nesta Olimpíada: João Gomes Júnior e Felipe França, nos 100 m peito, e o revezamento 4 X 100 m livre. Nenhum chegou ao pódio.
"Agora a minha cabeça está lá embaixo", disse Leonardo, que ainda nadará os 200 m costas.
Indagado sobre os motivos de natação brasileira ter desempenho aquém do esperado, ele afirmou não saber o motivo. "Tivemos treinos, apoio, competições, os melhores hotéis e a torcida está empurrando. Mas estamos bem aquém do que podemos fazer."
"Teve a saída do Cesão [Cesar Cielo, que perdeu a vaga olímpica], agora aqui [os maus resultados]. O Brasil está precisando de novos heróis", afirmou.
Além de Leonardo, Kaio Márcio também disputou a semifinal dos 200 m borboleta e não se classificou.
A exemplo de ambos, a maioria dos nadadores brasileiros piorou muito seus tempos no Rio, em relação às melhores marcas pessoais.
Etiene Medeiros ficou a dois segundos de seu melhor registro nos 100 m costas. João de Lucca também decaiu nos 200 m livre. Na mesma prova, Larissa Oliveira retrocedeu três segundos em seu melhor.
A única exceção do dia foi Manuella Lyrio, que bateu o recorde sul-americano dos 200 m livre, mas também não conseguiu avançar para a final.
A CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) chegou a estabelecer uma meta de ao menos três medalhas para os Jogos do Rio.
Agora, as melhores oportunidades são Thiago Pereira, nos 200 m medley, e Bruno Fratus, nos 50 m livre.