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Possível rival nas quartas, Nigéria se inspira em geração que eliminou o Brasil

As lembranças da torcida brasileira relacionadas à seleção olímpica de futebol da Nigéria são dramáticas. Em Atlanta-1996, comandados por craques como Okocha e Kanu, os nigerianos eliminaram a seleção brasileira representada por nomes consagrados como Dida, Roberto Carlos, Rivaldo e Ronaldo, na semifinal, com um "gol de ouro".

Vinte anos depois, uma nova geração de nigerianos está no Brasil disputando a Rio-2016, enfileirou duas vitórias (5 a 4 no Japão e 1 a 0 na Suécia), já sabe que terminará a primeira fase na liderança de seu grupo e possivelmente enfrentará o anfitrião nas quartas de final, caso este se classifique na segunda colocação do grupo A. Nesta quarta-feira (10), a Nigéria enfrenta a Colômbia no Itaquerão às 19h, partida que antecede confronto entre África do Sul e Iraque no mesmo local, às 22h. O segundo jogo envolve dois concorrentes do Brasil por uma vaga na próxima fase da competição.

Em entrevista à Folha, o volante John Obi Mikel, 29, do Chelsea (ING), que está entre os poucos da jovem equipe que vivenciaram a inédita medalha de ouro em 1996, conta que o momento foi definidor em sua trajetória.
"Eu tinha nove anos, lembro que era madrugada na Nigéria, duas da manhã, talvez. Eu já estava dormindo, tinha escola no dia seguinte, mas meu pai me acordou no final do jogo para vermos pela TV. Depois que ganhamos do Brasil, ele me pegou no colo e foi uma festa. Ali, na época em que jogava futebol descalço na rua, eu vi que queria ser jogador de futebol", conta.

A chegada da equipe africana a Manaus, onde disputou seus jogos, foi conturbada. O avião no qual eles deveriam embarcar não estava disponível -segundo o jornal britânico "The Guardian", houve confusão no pagamento entre a Federação Nigeriana e a empresa aérea, que então se recusou a fazer a viagem. O impasse se arrastou por dias e eles aterrissaram em Manaus apenas seis horas antes da estreia na Arena da Amazônia.

"Acho que nunca aconteceu algo parecido em uma competição desse tamanho. Havia muita pressão. A certa altura, achávamos que não disputaríamos mais os Jogos. Mas falei com cada um dos rapazes antes de viajarmos e vi que eles estavam com fome de vencer. Assim que cruzamos a linha branca do gramado, apesar do cansaço, os problemas evaporaram", diz Mikel, acrescentando não se preocupar em apontar os culpados pela confusão. "Minha função é jogar."

O ataque rápido dos nigerianos começa a chamar a atenção na Rio-2016. Para desgosto do capitão Mikel.

"Somos os azarões e queremos continuar assim. Não queremos ser vistos como favoritos. Jogamos um futebol divertido e tático. Nossa defesa é sólida desde o goleiro e jogamos ofensivamente. E vamos continuar assim porque temos jogadores para fazê-lo. E os torcedores brasileiros têm sido ótimos conosco justamente por isso: eles apoiam quem pratica bom futebol", analisa.

Sobre o possível confronto na próxima fase e a reedição do que aconteceu em 1996, o nigeriano responde com um riso tímido.

"Se pudermos emular 1996, será excelente. Mas não sei o que dizer sobre isso agora. O Brasil ainda não está classificado, então vamos esperar para ver quem iremos enfrentar. Vamos encarar nosso caminho jogo a jogo, procurando vencer todos eles. Nosso objetivo final é a medalha de ouro", desconversa.

Além das memórias empolgantes que tem do confronto com a seleção brasileira, Mikel tem uma lembrança negativa de um time nacional. Em 2012, ele viu do banco de reservas a derrota do Chelsea que deu o título do Mundial de Clubes da Fifa para o Corinthians.

"Lembro bem desse jogo. Eu não entrei. Para nós, foi singular, pois era possível ver as diferenças entre o estilo brasileiro de futebol e o inglês, do Chelsea; quem tinha a posse de bola e quem não tinha, porque temos maneiras bem diferentes de jogar. Eu desfrutei bastante, espero ter a oportunidade de presenciar algo assim de novo."

NA TV
Colômbia x Nigéria
19h SporTV 11

Brasileiros classificados para a Olimpíada

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