A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira dois suspeitos de serem simpatizantes do Estado Islâmico, em mais uma etapa da Operação Hashtag. As prisões ocorrem em São Paulo, conforme a Folha apurou.
A Polícia Federal não revelou as identidades deles, que são brasileiros e estavam em São Paulo. Os dois haviam feito juramento virtual de lealdade ao Estado Islâmico e mantinham contato com os doze presos no mês passado.
Segundo a Folha apurou, nas conversas com os demais detidos, eles se ofereciam para executar eventuais atos terroristas durante a Olimpíada do Rio de Janeiro. A Polícia Federal conseguiu rastrear as mensagens a partir do material apreendido na operação deflagrada em julho.
Durante a ação desta quinta-feira (11), foram cumpridos ainda cinco mandados de busca e apreensão e três de condução coercitiva.
Deflagrada no mês passado, a Hashtag mirou num grupo de brasileiros simpatizantes do EI que estariam planejando fazer um ato terrorista durante a Olimpíada do Rio de Janeiro. Na ocasião, 12 pessoas foram presas.
Esta foi a primeira ação anti-terror depois da aprovação da lei que tipificou os crimes dessa natureza.
Embora não haja registros de contatos diretos com terroristas, um dos suspeitos chegou a entrar em contato com uma empresa de armas para comprar um fuzil AK-47, o que acabou não se concretizando.
Outros fizeram o juramento de lealdade ao Estado Islâmico por meio de um site que oferece uma gravação do texto que deve ser repetido a quem deseja fazer parte do EI.
LISTA
O suspeitos fazem parte de um grupo que estava sob monitoramento pelo governo interino por fazer elogios e compartilhar conteúdo favorável a grupos extremistas e atentados terroristas. Eles representam cerca de 10% das cerca de 100 pessoas monitoradas pela Polícia Federal, como revelou a Folha.
OS SUSPEITOS 13 pessoas são investigadas por associação com o terrorismo
Essa lista foi elaborada pelas autoridades a partir do comportamento desses cidadãos —brasileiros e estrangeiros que vivem em território nacional— na internet.
A grande maioria dos rastreados, aproximadamente 90%, entrou na mira por adotar conduta suspeita ao entrar mais de duas vezes nos portais ou peças de propaganda com conteúdo de exaltação a grupos extremistas.
As forças de segurança não identificaram, no entanto, que esse grupo tenha feito insinuações ou se manifestado favoravelmente a organizações terroristas.