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Maratona feminina tem protestos, suspeita de bomba e disputa acirrada

Calor, paisagens icônicas do Rio e protestos contra o presidente interino Michel Temer marcaram a disputada maratona feminina da Olimpíada, vencida pela queniana Jemima Sumgong na manhã deste domingo (14).

No quilômetro final da corrida, nas avenidas Presidente Vargas e Marquês de Sapucaí, no centro do Rio, ao menos quatro pessoas saltaram a grade de proteção e invadiram a pista onde as líderes da maratona passavam.

Os manifestantes levavam cartazes e faixas contra o governo interino. Eles não investiram contra as corredoras, buscaram as câmeras que as seguiam para tentar mostrar suas mensagens.

Todos foram contidos pelas forças de segurança que escoltavam as corredoras em motos. A Polícia Rodoviária Federal deteve três manifestantes na av. Presidente Vargas e agentes da Força Nacional contiveram o quarto, já no Sambódromo, ponto de chegada da maratona.

Todos foram levados para a 5ª DP (Centro), onde foram fichados e depois liberados. Os nomes não foram divulgados pela Polícia Civil do Rio.

No decorrer do trajeto de 42 quilômetros, as atletas passaram por ao menos cinco pontos onde havia concentração de manifestantes contra Temer.

A maratona partiu do Sambódromo, no centro, passou por Glória, Flamengo e Botafogo, na zona sul, dando três voltas na região do Aterro do Flamengo antes de seguir para a zona portuária e regressar ao centro, para cruzar a linha de chegada no mesmo ponto de partida.

Agentes da Força Nacional encontraram uma garrafa com fios em uma das pistas do Aterro do Flamengo. O objeto foi atirado após a primeira passagem das atletas.

Antes que a primeira colocada completasse a volta e chegasse novamente àquele ponto, os agentes chamaram o esquadrão antibombas da Polícia Federal, que decidiu pela detonação da garrafa.

Quando as competidoras passaram novamente pelo local, toda a área já estava liberada.

TORCIDA

Além das faixas de protesto, também houve selfies, aplausos e gritos de incentivo pelas ruas onde as atletas corriam.

As competidoras passaram por dezenas de bandeiras de países como o Brasil, Austrália, Uruguai, Argentina Israel, Chile, Peru, Itália, Japão e Irlanda.

"Sou voluntário na Olimpíada e aproveitei o dia de folga para assistir a prova de rua, que não precisa de ingresso. Assim a gente fica perto das pessoas, no meio da cidade", afirmou o italiano Carlos Carnevale, 68, que carregava uma bandeira do seu país.

Os argentinos Facundo Scarafia, 24, e Omar Nadal, 55, também assistiram a maratona ao vivo para ter uma experiência na rua.

"Nós estamos hospedados na Rocinha porque queremos ter a vivência do brasileiro comum. Já assistimos handebol, basquete e vamos ao atletismo, mas fizemos questão de ver a prova de rua para sentir a cidade", afirmou Scarafia.

David Gray/Reuters
A queniana Jemima Sumgong vence a prova de maratona
A queniana Jemima Sumgong vence a prova de maratona

PROVA

A maratona feminina foi definida apenas na reta final e foi considerada uma prova difícil, pelo trajeto e o calor.

A queniana Jemima Sumgong venceu com o tempo de 2h24min04, bem acima dos recordes olímpico (2h23min07) e mundial (2h17min42).

Ela foi a primeira maratonista do país a ganhar na prova feminina, que começou a ser disputada em 1984.

"No quilômetro 35 vi que minhas colegas de equipe tinham desistido, isso me motivou a continuar. No quilômetro 40 percebi que éramos só três na liderança e senti que não poderia deixar o ouro escapar", disse a vencedora.

As três primeiras colocadas chegaram próximas uma da outra à entrada do Sambódromo.

A prata ficou com a bareinita Eunice Kirwa, que completou a prova em 2h24min13. A etíope Mare Dibaba levou a medalha de bronze. O tempo dela foi 26 segundos mais alto que o da vencedora.

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