"Outro campeonato". "Começa do zero". "A partir de agora é vida ou morte".
As definições sobre o início da fase eliminatória em qualquer esporte seguem sempre nesta mesma linha.
E as brasileiras bicampeãs olímpicas do vôlei vão colocar a prova essas teses nesta terça-feira (16), esperando que o papel que fizeram no bicampeonato em Londres-2012 não passe para o outro lado da rede.
Líder, invicto e sem perder um set sequer na primeira fase na Rio-2016, o Brasil encara a China na partida que fecha as quartas de final no Maracanãzinho.
Antes, a Coreia do Sul enfrenta a Holanda (às 10h), os EUA encaram o Japão (14h) e a Rússia pega a Sérvia (18h).
Se vencerem as chinesas, as brasileiras terão pela frente o vencedor do jogo entre sul-coreanas e holandesas.
A China foi quarta colocada no Grupo B, com apenas duas vitórias em cinco partidas. Uma surpresa, pois a equipe chegou ao Rio como uma das favoritas à medalha ao lado de Brasil e EUA.
"Nosso próximo adversário [a China] é carne de pescoço. Tem muita qualidade. Se perguntar: 'você gostaria de pegar? não.' Mas elas começaram mal e agora é outra competição", afirmou o técnico brasileiro José Roberto Guimarães.
Bicampeã olímpica (1984 e 2004), a equipe comandada por Lang Ping é a atual campeã da Copa do Mundo (2015) e foi prata no Campeonato Mundial (2014).
No Grand Prix deste ano, venceu o Brasil por 3 a 0, mas poupou titulares nas finais, que consagraram as brasileiras como campeãs.
"Esse cruzamento é cruel e difícil. Tomamos um coro, não vimos a bola. Aquele jogo para mim é importante", disse Zé Roberto.
No título olímpico em Londres-2012, o Brasil também passou para as quartas de final em situação similar à das chinesas, depois de uma primeira fase ruim, com duas derrotas em cinco jogos.
No cruzamento com o primeiro colocado do outro grupo, há quatro anos, o time de Zé Roberto encarou a favorita Rússia e conseguiu vencer.
O treinador acredita que as situações são diferentes, pois o Brasil sofreu muito mais naqueles Jogos. Além de ganhar de China e Sérvia na conclusão da fase de grupos, precisou torcer para os EUA ganharem da Turquia e só assim avançar no torneio.
Desta vez, no Rio, apesar das derrotas, a China já chegou classificada na última rodada, enquanto as brasileiras ganharam cinco partidas por 3 sets a 0.
"Eu não estou nada eufórico, porque já tomei muita paulada na vida. Agora, perdeu está fora. A tensão e a ansiedade vão acontecer. Temos que estar preparados para isso", conclui Zé Roberto.
A torcida brasileira é que nesta terça a China não se torne o que foi o Brasil em 2012.