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Festas no Rio são chance para quem busca um par durante os Jogos

Com a temperatura amena, a cidade apinhada de turistas, a noite carioca é pura ferveção. Nas festas olímpicas, sempre há uma janela para fazer amigos, descolar uma paquera ou, quem sabe, sonhar com um casório.

"Trabalhei como voluntária na Copa, mas meu marido não apareceu. Agora, minha esperança é a Olimpíada." Com esses planos, a atriz Eucimara Linda, 29, de São Paulo, sacoleja a cabeleira na pista do Rio Scenarium, na Lapa. "Só saio do Rio casada", diz, convicta de que fará sucesso entre os estrangeiros.

Localizado num trecho revitalizado da zona boêmia carioca, o Rio Scenarium aposta numa programação musical tipicamente brasileira.

Eucimara não vê problema no brasileiro, mas prefere gringos. Entre as vantagens, vê a chance de conhecer outras culturas e aperfeiçoar o inglês. Deixando de lado a racionalidade do critério de escolha, reconhece que a "pegada" também conta.

Diz ela que já conheceu canadense, australiano, inglês, holandês, americano, francês, italiano... "Depois da Olimpíada, vou escrever para as brasileiras um manual de como ficar com um gringo. Vou falar do jeito de cada um: comportamento, beijo e, é claro, performance", sorri.

São 3h45 da madrugada de domingo, e os bares da Lapa estão abarrotados. No meio da ferveção, a promoter carioca Christiane Godoy, 32, explica o que não está fazendo ali: "Tem gente que te olha achando que você é uma maria-chuteira das delegações, que quer garantir um passaporte com visto. Não é isso. Sou uma mulher independente e pago minhas contas."

Dito isso, anuncia: "Gosto de homem alto, loiro, de olhos azuis e, de preferência, escandinavo. Tenho uma queda por finlandeses, suecos e dinamarqueses". Quando trabalhou na Vila Olímpica, "o paraíso dos Jogos", munida do perfil masculino almejado e na esperança de se conectar com um candidato a medalhista, apelou para a tecnologia: "Baixei um aplicativo, mas só aparecia homem feio. Aí me toquei de que os atletas são muito jovens e de que não estavam no aplicativo." Assim decidiu ir à luta e encarar o corpo a corpo.

Determinada, parece saber o que quer: "Gosto dessa coisa mais calminha dos gringos, não tanto a 'ginástica' dos latinos, entende?".

Durante três anos, Christiane teve uma relação conturbada com um finlandês. Chegou a morar em Seatle (EUA), para melhorar o inglês, e mudou-se para Helsinque, mas, se o desempenho em língua estrangeira ganhou um upgrade, o relacionamento não engrenou. Mesmo assim, não desiste de encontrar um escandinavo.

Eduardo Knapp/Folhapress
Rio de Janeiro, RJ, BRASIL, 07-08-2016: Olimpiadas Rio..***Pauta Especial do Bob para Terca feira*** Mulheres aproveitam o envento das Olimpiadas para tentar achar um estrangeiro nas bladas do Rio de Janeiro. Caso da carioca Christiane Godoy,32, que frequenta a pista de danca da casa noturna e bar, Rio Scenarium, na Lapa (Foto: Eduardo Knapp/Folhapress, ESPORTES).
Mulheres aproveitam o evento da Olimpíada para tentar achar um estrangeiro

SAMBA, SUOR E CERVEJA

A agenda de encontros da ferveção é variada. O bicho pega nos fins de tarde de domingo no Baixo Gávea. Na segunda, é dia da Pedra do Sal. Às terças, encontros acontecem em Ipanema. Aos fins de semana, é na Lapa que rola a paquera. Em qualquer dia, a balada olímpica tem lugar certo para acontecer: na Live House, no Parque Olímpico.

Como bom alemão, sem abandonar o copo de cerveja, o economista Mario Bäcker, 30, diz que as brasileiras "são impulsivas, adoram um salão de beleza e, se você não controlar, compram roupa todo dia". Do outro lado da pista, Stela Novaes, 30, de São Paulo, conta que, além de assistir à ginástica olímpica, não quer perder as festas. "Já estou conhecendo outras línguas, literalmente."

O problema das festas abertas, diz outra paulistana, Nataly Bonato, 27, é ter que aguentar "argentino pagando de gringo". "Eles abusam e chegam a ser indiscretos." Por outro lado, reconhece: "São gatíssimos".

Alimentando a fama dos "hermanos", o argentino Mathias Gonzales, 21, preferiu deixar a namorada no hotel e ficar livre para tirar uma casquinha: "As brasileiras me enlouquecem". Seu conterrâneo, o professor de educação física Lucas Dal Santo, 24, não poupava elogios às brasileiras. "Elas têm um corpo escultural. Cintura fina, quadril avantajado. São mais amigáveis, amorosas e sociáveis."

Em sua primeira parada na América do Sul, a americana Melina Sinessiou, 29, elogiava os homens, enquanto assistia ao vaivém de corpos na Pedra do Sal, marco da cultura negra carioca. "São heterogêneos. Pela aparência, poderiam ser americanos, indianos, mexicanos ou europeus."

Diversidade mesmo se desenhava logo ali, na mais fervida das boates gays, a The Week. Lá, nem todos os gatos são pardos, mas todos adoram tirar a camisa na pista. A noite carioca mostra que não é só na Vila Olímpica que desfilam gigantescos peitorais.

Eduardo Knapp/Folhapress
Rio de Janeiro, RJ, BRASIL, 07-08-2016: Olimpiadas Rio..***Pauta Especial do Bob para Terca feira*** Mulheres aproveitam o envento das Olimpiadas para tentar achar um estrangeiro nas bladas do Rio de Janeiro. Caso da paulista Eucimara Linda,30,que frequenta a casa noturna e bar, Rio Scenarium, na Lapa, com esse objetivo (Foto: Eduardo Knapp/Folhapress, ESPORTES).
Eucimara Linda,30,que frequenta a casa noturna e bar, Rio Scenarium, na Lapa
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