Glenda Kozlowski é um ícone na apresentação esportiva, com anos de serviços prestados (e nem parece) nas manhãs de domingo do "Esporte Espetacular". Antes disso, foi atleta, campeã mundial de bodyboarding, que, se fosse olímpico, teria certamente dado a moça uma medalha.
O bom trabalho de Glenda abriu espaço para a penca de apresentadoras que vieram depois. Sou fã da apresentadora Glenda. Mas fiquei tenso com a estreia da narradora Glenda, que conduziu na Globo as provas de ginástica artística, acompanhada pela agora comentarista Daiane dos Santos.
Sem o conhecimento técnico, Glenda muitas vezes recorreu habilmente às informações enciclopédicas, como "fulano está na terceira Olimpíada", "beltrana está em seu melhor aparelho". Quando chegava a hora do Brasil, porém, o ufanismo causava erros, exageros e irritação (para quem vê).
No dia da apresentação de solo de Rebeca Andrade, por exemplo, a ginasta deve ter confidenciado a Daiane que poderia fazer uma pirueta nova para aumentar sua nota, desistiu, mas esqueceu de avisar. Sem saber, Glenda e Daiane falaram da "cartinha na manga". Na hora do salto, Daiane percebeu que Rebeca não fez nada de diferente. Mas antes de poder avisar, Glenda já gritava "é esse aí, ohhh...", para depois ter que perguntar: "Não fez Daiane?".
No domingo, as medalhas de Diego Hypolito e Arthur Nory deixaram a apresentadora tão empolgada que ela se desculpou. "Eu gritei aqui, peço desculpas ao pessoal de casa se ficou demais". Pronto, já estava desculpado. Bela e rara manifestação de humildade. Os gritos já tinham rendido à moça o apelido de Galvoa nas redes sociais.
Mas então veio a segunda e Glenda recebeu a companhia do próprio Darth Galvão Bueno, que tratou de puxá-la para o lado negro da narração, quase dizendo que ela não precisava se desculpar de nada. "Ouço isso há 36 anos na Globo". Depois, puxou ele mesmo um grito em coro com a prata de Zanetti.
Glenda pode e deve melhorar como narradora. Principalmente se ignorar os conselhos do outro. Um Galvão só basta.
Marko Djurica/Reuters | ||
Diego Hypolito e Arthur Nory comemoram medalhas na ginástica |
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Questão "não tenho o que perguntar" do dia, de Ivan Moré para Poliana Okimoto. "Muita gente não sabe, mas a Poliana é terceira sargento do Exército. Terceiro sargento do Exército, Poliana?" (boa, Ivan).
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Momento pop do dia, na maçante prova de adestramento do hipismo. Ao final de uma apresentação do conjunto espanhol, toca um trecho de "It's My Life", do Bon Jovi. Sem nada melhor para dizer, o narrador solta um "espanhóis vibrando e brasileiros que curtem o Bon Jovi também."