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Análise

Seleção masculina de basquete tem quatro anos para se reinventar

Ficar mas mãos de um terceiro para se classificar é sempre sofrido.

A seleção masculina de basquete superou a Nigéria na rodada final da primeira fase (86 a 69), mas já não dependia só de si para avançar aos mata-matas da Rio-2016.

Precisava da ajuda Argentina, justo de quem. E a Argentina levou, horas depois, uma sova da Espanha (92 a 73).

O Brasil, comandado pelo argentino Ruben Magnano, teve a classificação nas mãos justamente contra a Argentina, no jogo anterior.

Ganhava por três pontos faltando 21 segundos para o fim. Tinha de ter feito o óbvio: uma falta antes do arremesso, o que levaria o rival para a linha de lances livres e lhe permitiria um máximo de dois pontos.

Posse de bola recuperada, poderia administrar o jogo, gastando o tempo e, em caso de faltas do rival, convertendo lances livres. Uma estratégia simples e que possivelmente seria eficaz.

Não fez a falta. E a Argentina empatou e levou a melhor após duas prorrogações.

Jim Young/Reuters
2016 Rio Olympics - Basketball - Preliminary - Men's Preliminary Round Group B Spain v Argentina - Carioca Arena 1 - Rio de Janeiro, Brazil - 15/08/2016. Pau Gasol (ESP) of Spain shoots over Roberto Acuna (ARG) of Argentina. REUTERS/Jim Young FOR EDITORIAL USE ONLY. NOT FOR SALE FOR MARKETING OR ADVERTISING CAMPAIGNS. ORG XMIT: MJB34
Lance da partida entre Espanha e Argentina

Esse jogo foi chave. Nele, o Brasil teve chance real de vitória. Nos outros reveses (Lituânia e Croácia), foi dominado, em especial diante dos lituanos. A Espanha os brasileiros venceram no sufoco, por um ponto de diferença, com uma cesta chorada faltando cinco segundos.

Esperava-se mais de uma seleção treinada por um campeão olímpico (em Atenas-2004, com a Argentina) e com jogadores que atuam ou atuaram na NBA (Huertas, Leandrinho, Marquinhos, Nenê, Felício).

Mais: que tinham terminado o último Mundial, em 2014, em sexto lugar, e a última Olimpíada, em 2012, em quinto. Posições honrosas, animadoras.

Na Rio-2016, mesmo com a torcida empurrando a todo instante, em nenhum jogo o Brasil convenceu.

Sofreu nas disputa de rebotes (especialmente diante de Espanha e Croácia), exibiu um rol limitado de jogadas ofensivas, perdeu bolas bobas, mostrou visível instabilidade emocional. Passou 0% de confiança.

Haverá as desculpas: dois pivôs, Anderson Varejão e Tiago Splitter, também atletas de NBA, não puderam jogar, devido a lesões.

Só que há resposta às desculpas: contusões precisam estar no planejamento em qualquer ciclo olímpico —são quatro anos de preparação para se precaver contra possíveis imprevistos.

Com a eliminação precoce, a seleção masculina completa 52 anos sem uma medalha olímpica. A última, de bronze, foi em Tóquio-1964.

Em 2020, os Jogos voltam a Tóquio. O Brasil tem mais quatro anos para se reinventar e tentar a voltar ao pódio. Do jeito que está, não conseguirá.

Brasileiros classificados para a Olimpíada

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