O Brasil comemorou mais três medalhas nesta segunda (15) e, em duas delas, o gesto militar da continência foi repetido.
Logo pela manhã Poliana Okimoto faturou o bronze na maratona aquática. Em vez de fazer o gesto no pódio, como de costume, ela aproveitou uma entrevista para a Rede Globo para executá-lo.
"Eu sou sargento com muito orgulho", disse a atleta.
Mais tarde, foi a vez de Arthur Zanetti. Enquanto o hino da Grécia era executado para o ouro de Eleftherios Petrounias, o brasileiro, prata nas argolas, reverenciou a bandeira do Brasil com o gesto dos militares.
André Durão/Globoesporte.com/NOPP | ||
Arthur Zanetti bate continência durante premiação da ginástica |
A prática não agradou ao seu técnico, que fez duras críticas momentos depois da entrega das medalhas.
"Pegar atleta pronto é muito fácil. Quero ver apoiar até a criança chegar lá. O dia em que os militares fizerem escolinhas e apoiarem iniciação esportiva, apoiarem treinadores, aí vou tirar o chapéu. Por enquanto, não", afirmou o treinador Marcos Goto.
A outra medalha do dia, desta vez o ouro, foi conquistada por Thiago Braz, que também representa as Forças Armadas do país. A premiação, no entanto, ocorrerá nesta terça-feira, e Braz pode ser mais um a se juntar ao grupo dos que bateram continência.
A prática levantou polêmica no Pan de Toronto, em 2015, quando a maioria dos militares medalhistas fizeram o gesto. Alguns disseram ter sido orientados pelas Forças Armadas.
Nos Jogos Olímpicos, a orientação não ocorreu, e nem todos os medalhistas repetiram o gesto.
O atirador Felipe Wu, medalha de prata, e o judoca Rafael Silva, bronze, prestaram continência no pódio. Já as judocas Rafaela Silva, campeã olímpica, e Mayra Aguiar, bronze, não. No Pan de Toronto, todos realizaram o cumprimento militar.
Fotomontagem | ||
Felipe Wu (esq.) e Baby (dir.) prestam continência ao receber medalhas |
Com 145 atletas, as Forças Armadas têm 30% dos esportistas brasileiros na Olimpíada. A meta é conseguir dez medalhas. Sete já foram conquistadas.
A maioria não é militar de carreira -tem apenas o apoio de Marinha, Exército ou Aeronáutica.
O apoio é fruto de um programa de alto rendimento iniciado em 2008. Os atletas recebem treinamento militar por 45 dias, soldo e benefícios, como usufruir das instalações esportivas das Forças Armadas.
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