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JOGOS NA TV > OPINIÃO

Hipismo é como 'Game of Thrones': paternidade importa

Além de mortes tão variadas quanto as modalidades olímpicas, "Game of Thrones" traz várias discussões sobre poder. Nessa hora, o sangue conta. Quem fica no trono sempre é filho ou herdeiro de alguém.

Enquanto acompanhava a prova de saltos do hipismo, pela Band, pela primeira vez percebi que paternidade, nesta modalidade, também importa. Quase toda vez que um cavaleiro ia para pista o comentarista fazia questão de dizer quem era o pai... do cavalo, não do cavaleiro. E foi aí que encarei um trauma do passado: Baloubet du Rouet.

[Flashback olímpico: Baloubet du Rouet era a montaria de Rodrigo Pessoa. Cavalo excelente e multicampeão, mas que ficou marcado em Sydney-2000, quando refugou e "tirou" do Brasil um aguardado ouro. Baloubet se recuperou e foi campeão olímpico depois. Mas lembramos mais mesmo é da refugada.]

Voltando a Deodoro, onde o Brasil tinha chance de medalha. O comentarista, que até a metade da prova parecia mais preocupado com a Alemanha e menos com a França, anuncia o cavalo Sydney Une Prince, filho de... Baloubet du Rouet. Gelei. O filho de Baloubet certamente ia aprontar. Não deu outra, fez só um ponto e deixou a França com uma mão no ouro.

Depois, entra em cena um alemão e seu cavalo, First Class, filho de... Baloubet!!! Por que diabos não tem um filho de Baloubet com o Brasil? No fim, França, com Baloubet jr., foi ouro, Alemanha, com Baloubet 2 jr, foi bronze. E o Brasil, sem Baloubet, refugou no pódio.

E como já estava na Band, resolvi continuar por lá durante a pelada vira 3 acaba 6 entre Brasil e Honduras. Foi dureza.

Um dos bordões do narrador Téo José dizia muito sobre nossa relação atual com o futebol: "Aperta o play, Neymar, aperta o play", dizia a cada arrancada do magoado capitão brasileiro (ele resolveu que não dá entrevista porque falaram mal dele... porque ele jogou mal).

Quando o jogo acabou, Téo ainda soltou um "saio do Maraca com a alma lavada". Boa, todas as humilhações dos últimos dois anos foram lavadas com uma vitória contra o sub-23 da portentosa Honduras. Se fala isso em "Game of Thrones" perdia a cabeça.

*

Comentário "Xou da Glenda" do dia, no fim da ginástica de gala (Globo cansou de mostrar esporte que vale medalha): "Segundo o meu roteiro, a gente chegou aqui ao encerramento. Foi muito gostoso ficar com vocês".

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