Publicidade
Publicidade

Análise

Ouro isola ainda mais a vela como mais dourado esporte brasileiro

A vela, um dos esportes que mais deram medalhas ao Brasil, não podia deixar os Jogos Olímpicos do Rio vendo o anfitrião de mãos vazias.

Afinal, desde que Burkhard Cordes e Reinaldo Conrad foram bronze nos Jogos do México, em 1968, nossos velejadores só não subiram ao pódio em duas ocasiões: em Munique-1972 e Barcelona-1992.

O ouro de Martine Grael e Kahena Kunze na 49er FX, nesta quinta-feira (18), mantém uma tradição de conquistas, reafirma uma tendência e recoloca a vela em um patamar de relevância no esporte olímpico brasileiro.

Comecemos pelo final. Com 18 conquistas, a modalidade foi superada pelo judô (22 pódios) em Londres-2012, mas ainda é a que mais láureas douradas deu ao Brasil —7. O atletismo vem atrás, com cinco, enquanto os badalados judô e vôlei têm somente quatro.

Entre as modalidades, os 20 anos seguidos de pódio com os barcos só perde para o judô, consecutivamente no pódio desde 1984, e o vôlei, cuja última "zerada" ocorreu em 1988, nos Jogos de Seul.

Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo

Já havia 12 anos que um velejador brasileiro não escutava o hino em uma cerimônia de premiação olímpica. 

Nos Jogos de Atenas-2004, curiosamente, o pai de Martine, Torben, logrou o ouro, ao lado de Marcelo Ferreira. Ambos também foram campeões da Olimpíada em Atlanta-96.

Desde que se tornou um dos carros-chefe do esporte nacional, a vela foi por 40 anos predominantemente masculina. Um clube do Bolinha. 

A chave só começou a mudar nos Jogos de Pequim, quando Isabel Swan e Fernanda Oliveira terminaram em terceiro lugar na classe 470.

Até esta quinta-feira, o bronze havia sido a medalha solitária da vela feminina do país em Jogos Olímpicos —em Londres, só a parceria Robert Scheidt/Bruno Prada foi ao pódio.

Martine e Kahena compensaram tantos anos à sombra dos homens e a frustração em 2012, quando nenhuma delas competiu. O ouro é o primeiro da seleção feminina, que teve outras finais na Rio-2016.

Martine também dá sequência à dinastia olímpica de seu família. A linhagem dos Grael já pôs oito láureas no peito, fato raro em Olimpíadas. 

Editoria de Arte/Folhapress
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade