Publicidade
Publicidade

Porta-bandeira do Brasil, Isaquias diz que vai entrar pulando na cerimônia

O porta-bandeira do Brasil na cerimônia de encerramento da Olimpíada, neste domingo (22), Isaquias Queiroz, 22, vai entrar no estádio do Maracanã "representando o que todo brasileiro tem em comum: felicidade, alegria, vontade de brincar. Vou entrar assim, dançando, brincando, pulando."

Queiroz recebeu o convite do Comitê Olímpico do Brasil após se tornar o primeiro atleta do país a ganhar três medalhas numa só Olimpíada. A oportunidade de ser o porta-bandeira o motivou a correr atrás das medalhas.

"Não é qualquer atleta que é escolhido. Eu sabia que estava competindo com a Rafaela [Silva, ouro no judô], com o cara do salto com vara [Thiago Braz, também medalhista de ouro]. Então sabia que tinha que ganhar mais medalhas que eles, por isso fui para as provas querendo muito, sem medo", disse, horas antes da cerimônia, em entrevista coletiva que concedeu ao lado do parceiro de equipe com quem ganhou uma das três medalhas, Erlon Souza, 25.

A dupla diz que ainda não teve tempo de refletir sobre o seu feito. "A ficha ainda não caiu", disse Erlon.

"Rapaz, eu dormi pouco ainda. Acho que mais desgastante é a sequência de entrevistas. Mas está sendo legal essa parte também", disse Isaquias, que ficou até as 4h da manhã deste domingo em uma festa na Casa Brasil.

Está contente com o reconhecimento da torcida. "Duas vezes saí em Copacabana e não deu para andar, sinceramente [risos]".

Numa campanha na internet, torcedores pedem que a Lagoa Rodrigo de Freitas, onde aconteceram as competições de canoagem, passe a se chamar Lagoa Isaquias Queiroz.

"Não precisa mudar, não, já está de bom tamanho [as homenagens]. Mas que seria legal, seria", brincou.

Para chegar às medalhas, contou a dupla, foi essencial o trabalho do treinador da equipe brasileira de canoagem, o espanhol Jesús Morlan, ex-treinador do maior medalhista de canoagem da história, o também espanhol David Cal.

"Sem ele eu não teria conquistado medalha. O atleta pode ter o talento e a habilidade que tiver, mas sem um treinador para te conduzir, você não consegue chegar aonde quer. Eu já sabia, antes da competição, o que eu tinha que fazer para ganhar medalha. Tinha uma base de dados do David Cal. Isso me serviu de referência para quanto eu tinha que correr, o que tinha que fazer", disse Isaquias.

Os dois contaram que estranhavam os métodos do treinador no início. "Ele é muito organizado. A gente não tinha contato com gráficos, por exemplo, só com tempo e quilometragem. Às vezes a gente fazia treinos que nem entendia. Mas depois via o resultado", afirmou Erlon.

Outro diferencial para o sucesso, segundo a dupla, foi focar a Olimpíada, e não tanto os outros campeonatos. "Em maio, na Copa, não tivemos resultados tão bons, e vimos que o nível dos outros atletas estava muito alto. Mas nosso foco sempre foi a Olimpíada. Muitos atletas se precipitaram. Você não pode estar 100% em todas as competições", disse Isaquias.

Atingido o objetivo, os dois querem voltar à Bahia, estado onde nasceram, e comer acarajé.

"Faz um ano que não volto para a minha cidade. Quero ir para lá, viajar, curtir com a minha família. Serão as melhores férias da minha vida", afirmou Erlon.

"Quero dormir, ver filmes —adoro filmes—, fazer churrasco com meus amigos, praticar algum esporte radical... Quero tentar mudar a rotina, viver uma vida como a das outras pessoas, vida de atleta não é normal."

Que esporte é esse? - Olimpíada - Folha de S.Paulo

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade