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Bernardinho não descarta despedida da seleção e diz que há substitutos prontos

Bernardinho já pediu para ninguém lhe procurar nos próximos 15 dias. Vai pensar na vida. O treinador que conquistou seis medalhas comandando homens e mulheres em Olimpíadas pode dar adeus ao time nacional após os Jogos do Rio. Se confirmar a despedida, acredita que a seleção não terá problemas no banco no futuro.

"Tem pessoas prontas para assumir [como treinador], talvez sem a experiência que eu tenho, mas com capacidade desenvolvida ao longo desses anos. Não entendam que estou dizendo que vou sair, preciso pensar."

Confira os principais trechos da entrevista de Bernardinho no domingo.

A CAMPANHA
"O mais merecedor venceu. Esse time trabalhou muito, soube resistir às dúvidas que existiam, às eventuais críticas por derrotas, que são parte do processo, e soube endurecer o couro para receber outras. E nenhum outro time foi tão resiliente."

PILARES
"Queria agradecer ao Bruno, que foi um grande pilar e soube extrair o melhor de cada um. E ao Serginho pelo controle emocional e pela experiência. Até me controlou em alguns momentos em relação aos mais jovens. Foram pilares de liderança."

MAIS ABERTO
"Tive conversas individuais com cada jogador antes dos jogos; Eu dizia o que esperava deles, e eles, o que esperavam de mim, que fosse mais contido, o que quer que seja. Tentei abrir mais [esse diálogo] e estreitar a relação."

O FUTURO
"Nos próximos 15 dias, não me liguem que eu não vou atender. Quem quiser me achar pegue uma bicicleta e vá atrás de mim porque vou pedalar por aí. Preciso pensar na vida. Não respirei até agora, saí da Superliga e vim para a seleção."

LEGADO
"São 23 anos na seleção. O mais importante disso não é o Bernardinho pessoa, é que teremos um time competitivo no próximo ciclo. Não vai ganhar tudo, porque ninguém vai ganhar tudo na minha opinião, mas vai competir."

FAMÍLIA
"Sou um devedor da vida, mas estou devendo para muitas pessoas. Tenho uma filha de 14 anos [Júlia] e uma de 6 [Vitória]. A de 6, não vi nascer. Elas estão passando por coisas que estou perdendo."

AMOR AO VÔLEI
"Não consigo viver sem vôlei, sem quadra, sem treinamento. Isso aqui [conquista como essa] não é sempre, mas é o dia a dia que faz falta."

FALCATRUAS NA CBV E CÂNCER EM 2014
"Pessoalmente, vivo o vôlei intensamente. Errei muito por ser intenso, sou da emoção e me entrego. Tem coisas que acontecem que são como uma ofensa pessoal. Aí retaliações aconteceram [feitas pela federação internacional, presidida por Ary Graça, ex-presidente da CBV envolvido em suspeitas de irregularidades]. Por não ir a uma coletiva de imprensa peguei dez jogos de suspensão. Tem gente que não veio aqui [em entrevistas na Rio-2016] e não vai acontecer nada. Não consigo não me envolver. Queriam que eu fosse candidato. Se eu for candidato, me eleger e alguém morrer no hospital, vou achar que a culpa é minha."

MUDANÇA
"Consegui mudar um pouco até para evitar, por isso estou pensando na vida, que a pressão sobre os jogadores fosse maior do que as que já estavam sofrendo. Tentei ser um Bernardo melhor na beira da quadra."

2004 X 2012
"A geração de 2004 tinha de confirmar sua condição de favorita. Essa precisava provar que era capaz ."

COMO CONTINUAR MOTIVADO
"Você quer vencer por necessidade ou paixão. Cresci numa família de classe média alta. Não lutei para vencer por necessidade, com tantos exemplos que temos, infelizmente, então o que me movia era paixão, desafio. Quer desafio maior do que continuar depois de uma medalha como essa? Esse tipo de coisa me motiva, me instiga. Mas não quero nem pensar se não embarco. Sempre há uma nova montanha a conquistar."

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