O Ministério da Defesa informou nesta sexta-feira (2), por meio da assessoria, que o foco das Forças Armadas no final de semana na avenida Paulista, em São Paulo, caso sejam chamadas a atuar, é a segurança em torno da passagem da tocha paraolímpica e não os protestos que estão sendo convocados por grupos de oposição ao presidente Michel Temer (PMDB-SP).
Segundo o ministério, grupos de manifestantes só entrariam no raio de ação dos militares caso houvesse "um risco de ataque à tocha".
Não é certo que os militares entrem em ação. Segundo a Defesa, o contingente militar ficará de sobreaviso e apenas atuará como um recurso do plano de segurança e após decisão conjunta dos organizadores dos Jogos Paraolímpicos e do comando central da segurança do evento.
Um decreto assinado por Temer e publicado no Diário Oficial nesta quinta-feira (1º) causou repercussão nas redes sociais ao ser divulgado pela coluna Expresso, da revista "Época".
Temer autorizou o emprego das Forças Armadas para "garantia da lei e da ordem no revezamento da tocha paraolímpica" dos Jogos do Rio. A autorização abrange seis cidades diferentes, incluindo São Paulo no próximo domingo (4). A tocha passará pela Avenida Paulista. Ocorre que está previsto para o mesmo local um protesto convocado por grupos de militantes contrários ao governo Temer.
O governo de São Paulo havia dito que estavam proibidas manifestações no local para garantir a segurança da passagem da tocha, mas as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, formadas por movimentos como o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e CMP (Central de Movimentos Populares), convocaram um protesto na região da Paulista no mesmo dia.
Nesta sexta (2), o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, publicou nas redes sociais um acordo selado com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo para realização de protesto contra Temer. O ato, anunciado originalmente para as 14h, será adiado para as 16h30.
O Ministério da Defesa também não descarta que o trajeto da tocha possa ser mudado, a fim de diminuir o risco de confrontos com manifestantes. Medida semelhante foi tomada pouco antes das Olimpíadas, quando a passagem da tocha olímpica estava prevista para um trecho da Avenida Atlântica mas acabou desviada para a rua Figueiredo de Magalhães.
"Não haverá militares em campo, a menos que sejam acionados, a menos que seja necessário do ponto de vista do comando do plano de segurança", informou a assessoria.
"Não é de nosso interesse prejudicar a passagem da tocha paraolímpica", informaram, em nota, os organizadores do protesto.