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Editorial: Banditismo
[Publicado em 22 de setembro de 1971]

Neste texto foi mantida a grafia original da época



OCTAVIO FRIAS DE OLIVEIRA

A sanha assassina do terrorismo voltou-se contra nós.

Dois carros deste jornal, quando procediam ontem à rotineira entrega de nossas edições, foram assaltados, incendiados e parcialmente destruidos por um bando de criminosos, que afirmaram estar assim agindo em "represalia" a noticias e comentarios estampados em nossas paginas.

Que noticias e que comentarios? Os relativos ao desbaratamento das organizações terroristas, e especialmente à morte recente de um de seus mais notorios cabeças, o ex-capitão Lamarca.

Nada temos a acrescentar ou a tirar ao que publicamos.

Não distinguimos o terrorismo do banditismo. Não há causa que justifique assaltos, assassinios e sequestros, muitos deles praticados com requintes de crueldade.

Quanto aos terroristas, não podemos deixar de caracterizá-los como marginais. O pior tipo de marginais: os que se marginalizam por vontade propria. Os que procuram disfarçar sua marginalidade sob o rotulo de idealismo politico. Os que não hesitaram, pelo exemplo e pelo aliciamento, em lançar na perdição muitos jovens, iludidos, estes sim, na sua ingenuidade ou no seu idealismo.

Desmoralizadas e desarticuladas, as organizações subversivas encontram-se nos estertores da agonia.

Da opinião publica, o terror só recebe repudio. É tão visceralmente contrario às nossas tradições, à nossa formação e à nossa indole, que suas ações são energicamente repelidas pelos brasileiros e por todos quantos vivem neste país.

As ameaças e os ataques do terrorismo não alterarão a nossa linha de conduta.

Como o pior cego é o que não quer ver, o pior do terrorismo é não compreender que no Brasil não há lugar para ele. Nunca houve.

E de maneira especial não há hoje, quando um governo serio, responsavel, respeitavel e com indiscutivel apoio popular, está levando o Brasil pelos seguros caminhos do desenvolvimento com justiça social -realidade que nenhum brasileiro lucido pode negar, e que o mundo todo reconhece e proclama.

O Brasil de nossos dias é um país que deseja e precisa permanecer em paz, para que possa continuar a progredir. Um país onde o odio não viceja, nem há condições para que a violência crie raizes.

Um país, enfim, de onde a subversão -que se alimenta do odio e cultiva a violencia- está sendo definitivamente erradicada, com o decidido apoio do povo e da Imprensa, que reflete os sentimentos deste. Essa mesma Imprensa que os remanescentes do terror querem golpear.

Porque, na verdade, procurando atingir-nos, a subversão visa atingir não apenas este jornal, mas toda a Imprensa deste país, que a desmascara e denuncia seus crimes.

Leia mais:
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  • Polícia Federal invade a sede da Folha
  • Tal pai, tal Folha
  •  Textos citados

    Herói. Morto. Nós., crônica de Lourenço Diaféria
    Editorial: Em defesa da lei
    Banditismo, por Octavio Frias de Oliveira
    A Sucessão e o Percurso, por Fernando Henrique Cardoso


    Coluna em branco (à dir.) na Ilustrada protesta contra prisão de Diaféria
    Tanques em rua do Rio de Janeiro após o movimento de 64
    A ameaça das metralhadoras em charge de Luiz Gê, de 26/12/1978, sobre a repressão militar

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