Segredos
do Poder
"As seguradoras estão peitando", diz André
25/05/1999
Editoria: BRASIL
Página: 1-14
Mendonça de Barros telefona para André. Informa que Clóvis Carvalho
ligou e disse que estava tudo certo. Mas o Banco do Brasil ainda
estava reclamando. A seguradora do BB não estaria disposta a assinar
um acordo mudando a composição acionária da Telemar. "Vai dar merda.
As seguradoras estão peitando", diz André. "Seguradoras porra nenhuma",
responde Mendonça.
André Lara Resende - Alô?
Luiz Carlos Mendonça de Barros - Oi.
André - Seguinte, estamos resolvendo o negócio do cheque
aqui, que está meio complicado. Chegamos à conclusão de que não
vão liquidar às 3h30. Não têm como liquidar às 3h30. Tem que fazer.
Eles depositam um cheque e nós depositamos um cheque na conta deles...
nós depositamos um cheque na conta deles, em seguida, hoje, e corre
cheque contra cheque...
Mendonça - (inaudível)
André - Não... eu acho... não sei quem é. Mas a CLC (Câmara
de Luquidação e Custódia) me garantiu que tudo bem. O cheque e o
contracheque do banco... do BNDES, tudo. Porque o cheque-contracheque
é só (inaudível) na (inaudível) se eles podem aplicar ou não, que
poderiam perder uma (inaudível). Como é do BNDES, tudo bem. Então,
isso tá mais ou menos resolvido. Agora, o problema continua sendo
o negócio das seguradoras, né? Você falou, esteve mais com alguém?
Mendonça - Não, tô aqui.
André - Agora aqui, eu estou dizendo o seguinte. Os rapazes
entenderam todos. Agora, o Banco do Brasil, a ordem lá, ele ainda
não... porque como é Pedro Malan, não sei o quê, não chegou lá.
Entendeu? Os caras estão se debatendo ainda. Agora, Luiz Carlos,
nós não vamos pôr. É mais forte do que isso. O que eu digo é o seguinte:
nós não podemos ceder nesse negócio.
Mendonça - Não, não. Claro que não. O Clóvis me ligou e eu
disse que estava tudo ok. Se quiser, eu ligo para o Clóvis e falo
o que tem que mandar fazer.
André - ...Tá aqui... Deixa eu ver o que é... (dirigindo-se
a José Pio Borges, que estava ao seu lado na sala)... As seguradoras
estão dizendo que não assinam. Não reduzem a posição. Então não
vão assinar.
Mendonça - Então... Então vai dar merda.
André - Vai dar merda. Eu estou dizendo. Agora, então, 'cê
vê, os caras nas seguradoras estão peitando. Então, tem que dizer...
Mendonça - ...Seguradoras porra nenhuma. Tem coisa que...
André - Pois é, pois é. E este negócio é até 3h30, (dirigindo-se
a Pio Borges) heim? O Zé está aqui com o Atílio aqui...
Pio Borges - ...Tá tudo pronto. Hã? Agora as seguradoras
não têm condição de vir assinar... (irritado) Têm que vir.
André - Oh, lá. As seguradoras estão dizendo que não têm
condições de vir assinar.
Mendonça - Por quê?
André - Não sei.
Mendonça - Vão dar o mesmo golpe da Previ?
André - Exatamente. Eles estão dizendo que não podem... Então,
vão dar o golpe da Previ, da Previ de novo... Tão dizendo que não
tem condição de vir assinar. Tão com o acordo, tá tudo aqui. Mas
o que eu estou querendo acertar com você é o seguinte: não vamos
ceder de jeito nenhum.
Mendonça - (firme) Não, não.
André - Agora, inclusive, é o seguinte, essas coisas... inclusive,
pra gente, inclusive, quanto mais... nós... se... não é para dar
confusão é bom que... Ah, (dirigindo-se a Pio Borges) o presidente
da seguradora está no banco Fator, mas não recebeu nenhuma ordem
para assinar... Brincadeira, né? O acordo de acionistas e de redução.
O Banco Fator (que assessorou as seguradoras do Banco do Brasil
no leilão), no Rio.
Mendonça - Tá, eu vou ligar pra la.
André - Então tá.
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