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Lésbicas fazem ato político na Paulista; gays brincam em parque de diversões
TINO MONETTI (interino)
De formas quase opostas, a 6ª edição da Caminhada de Lésbicas e Bissexuais, que ocorreu na av. Paulista, e a 8ª edição do Gay Day, que retornou ao parque de diversões Playcenter, localizado na Barra Funda, marcaram a véspera da Parada Gay.
Enquanto no Gay Day as drags e seu entusiasmo faziam a alegria do público gay, que também se divertia de forma quase infantil nas atrações do parque, a Caminhada Lésbica ganhou um forte tom político, repleta de reivindicações por direitos e manifestações artísticas.
Moacyr Lopes Jr/Folha Imagem |
Em clima de alegria, Gay Day volta ao parque de diversões Playcenter (zona oeste de São Paulo); drags arrasam no carrossel |
Com a presença de nomes importantes do movimento como a escritora e cantora Vange Leonel, o grupo de percussão Fuzarca Feminista e o presidente da associação que organiza a Parada, Alexandre dos Santos, além da simpatizante Soninha Francine, a caminhada debateu questões relevantes para a mulher lésbica.
Entre elas, estavam a discussão de reprodução assistida para casais de mulheres, o direito ao aborto e a forma mercadológica como a imagem da feminina é vendida por meio da publicidade e da TV, com o único intuito de agradar ao homem.
Com uma série de discursos de abertura, som da DJ Nina Lopes e muitas manifestações em cartazes e placas, a caminhada, além de sua importância fundamental na luta pelos direitos lésbicos, deu um ótimo exemplo de organização de festa popular com embasamento político e inclusivo.
Leo Caobelli/Folha Imagem |
Caminhada de Lésbicas e Bissexuais reuniu na av. Paulista cerca de 600 participantes, segundo a PM; organização falou em 1.500 |
Já o Gay Day se mostrou uma prévia do que deve ser visto neste domingo, quando será realizada a 12ª Parada do Orgulho GLBT na av. Paulista, a partir das 10h.
Musculosos descamisados, garotos de óculos escuros e corte de cabelo impecável, drag queens que capricharam --ou abusaram-- no look, casais gays de ambos os sexos e famílias (em menor quantidade) formavam a paisagem humana do evento e chamavam a atenção da imprensa e dos fotógrafos presentes.
Inflação gay
As estimativas de público foram bastante discrepantes. A Polícia Militar estimou a participação de 600 pessoas na Caminhada de Lésbicas e Bissexuais. Já os organizadores falaram em 1.500.
O público --que aproveitou o dia ensolarado-- apenas reclamava dos altos preços cobrados por clubes e eventos nesta semana de Parada, o que pode ser considerada uma "inflação gay", enquanto passavam de um brinquedo a outro.
As atrações mais disputadas entre as 35 que possui o parque eram o elevador em queda livre, a montanha russa Splash e o barco viking.
O palco do evento, que recebeu shows de drags comandados por Silvetty Montilla e sets de DJs de SP e SC, também atraiu a atenção dos visitantes, que dançavam no local ao som de Britney Spears, Madonna, Cher e outras divas gays.
Festa
Mesmo com forte tom político, a Caminhada Lésbica também contará com uma festa oficial para celebrar o evento. Na festa, produzida em parceria com o Projeto Sapataria e que deve reunir grande parte das manifestantes da marcha, tocarão as DJs Jennie Santiago, Paty Passos e Zuba.
A comemoração acontece na Usina Paulistana de Arte, localizada na r. São Domingos, 237, no bairro da Bela Vista. A entrada custa R$ 5, preço quase impensável para uma festinha nestes tempos de Parada inflacionada.
Videocast
Confira vídeo em que participantes do Gay Day reclamam da inflação da Parada, no Playcenter:
Confira vídeo sobre a Caminhada de Lésbicas e Bissexuais, na av. Paulista:
O blog de Sérgio Ripardo publicou mais imagens do Gay Day e da Caminhada Lésbica.
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