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Skatistas superpoderosas

ANA BONATTO
free-lance para a Folha Online

Leandro Andrade
Larissa, Karen e Patricia (da esq. para a dir.)
são as superpoderosas do skate nacional

A skatista Karen Feitosa, de 11 anos, arrebentou e levou o primeiro lugar na etapa continental do Mundial de Skate, o Crail World Cup, realizado no último final de semana (10 e 11 de novembro de 2001) no Ginásio Poliesportivo de São Bernardo do Campo (Grande São Paulo).

Karen mora no Guarujá (litoral de São Paulo) e começou a andar aos 9 anos, mas já perdeu a conta do número de competições que correu. "Acho que 30", diz. Para Karen, competir é legal e diz que gosta de fazer as manobras em qualquer lugar. "A que mais gosto? Flip (manobra em que o skatista gira o skate no ar)". A mãe, Ana Maria Feitosa de Barros, 45 anos, que acompanha Karen em todas as competições, diz que a filha -além de ser a supercampeã- tem ótimas notas na escola e ainda tem tempo para jogar capoeira e futebol.

Apesar do sucesso de Karen e da existência de uma etapa feminina no campeonato, as meninas ainda brigam muito por reconhecimento e espaço em um universo onde os meninos são a maioria.

Leandro Andrade
Rosemary, que ficou em 10º na etapa
Tatiane Marques, 20 anos, anda há três anos e diz que as competições divulgam as atletas, mas ainda falta muito para que tenham o mesmo destaque que os meninos. "Nós já mostramos que temos capacidade, e que as meninas têm condições de realizar as mesmas manobras dos garotos."

Giuliana Ricomin, 26 anos, é casada com um skatista e anda há 13 anos. Para ela, a situação é injusta, pois o marido consegue ganhar o suficiente para viver do esporte, e ela não. "Quando o esporte começou, não havia muitas meninas. As pessoas não estão acostumadas com as skatistas."

Larissa Carollo, 16 anos, que venceu a etapa do ano passado, ficou em terceiro lugar agora. "Fui mal, pois perdi o aquecimento", diz. Para ela, que começou a andar aos 12 anos, hoje, as meninas estão com muito mais força. "Mas, para algumas manobras, a estrutura das meninas é mais fraca que a dos meninos", diz a skatista, que mora no Paraná.

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