A
partir do ano que vem, cada escola da rede municipal de São
Paulo poderá escolher o modelo do seu uniforme. É isso o que
determina um decreto assinado pelo prefeito José Serra (PSDB).
Atualmente, o padrão é determinado pelo governo. Assim que
entrou na prefeitura, a equipe de Serra acabou com o uniforme
vermelho, cor adotada na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy
(PT).
Agora, serão os representantes das escolas (professores, funcionários
e pais) que irão definir os modelos e as cores das roupas.
O secretário da Educação, José Aristodemo Pinotti, afirmou
que, a princípio, a compra continuará sendo feita pela prefeitura.
Ele disse, porém, que há a possibilidade de as aquisições
serem descentralizadas. "Queremos dar para a escola a liberdade
de definir as características do seu uniforme. Pôr o logotipo
para criar um pouco de auto-estima na própria escola", afirmou
o secretário.
O decreto, do dia 15 deste mês, mantém a determinação de que
o uso dos uniformes é facultativo.
"É uma boa medida, dá identidade à escola", disse o presidente
do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino
Municipal), Claudio Fonseca. O presidente da Aprofem (Sindicato
dos Professores e Funcionários Municipais de São Paulo), Ismael
Palhares Júnior, também aprovou. "Só deveria estabelecer alguns
parâmetros para a escolha, para que não haja exageros."
A prefeitura também analisa a proposta de receber a doação
de uniformes para todos os estudantes da rede em troca da
veiculação de propaganda nas roupas. A Abravest (Associação
Brasileira do Vestuário) se compromete a angariar os recursos
para a produção de um milhão de uniformes, que custariam cerca
de R$ 70 milhões à prefeitura.
A contrapartida da propaganda ainda não foi aceita pela gestão
Serra. O próprio secretário Pinotti mostrou resistência à
proposta. "Acho que criança não deve ser veículo de propaganda.
Mas, como gastamos cerca de R$ 70 milhões com uniformes, não
quero dizer "não" sozinho. Vou conversar com o prefeito."
De acordo com o presidente da Abravest, Roberto Chadad, seriam
inscrições "discretas", com uma logomarca no ombro da camiseta
e do blusão, além de uma etiqueta na calça jeans.
SIMONE HARNIK
FÁBIO TAKAHASHI
da Folha de S.Paulo
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