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28/04/2008

Evento une fantasia e realidade

 

A caminhada pela madrugada durante a Virada Cultural me produziu duas sensações contraditórias e de igual intensidade, ambas de revezando e, às vezes, se mesclando numa só imagem. Sentia-me estrangeiro como se não estivesse em São Paulo e, ao mesmo tempo, experimentava a emoção do contato com a essência tão familiar de uma cidade.

Definitivamente não faz parte de nossa paisagem urbana tanta gente diferente ocupando as ruas tão alegremente, sem medo. Possivelmente todas as tribos estavam ali representadas e convivendo com se o outro não fosse uma ameaça. É como se, naquele momento, os muros e grades se desfizessem. Mas faz parte da alma paulistana tanta gente diferente, já que uma linha definidora da cidade é adiversidade, o aglomerado de tribos. Na falta da beleza do cenário, a multiplicidade das tribos é a nossa melhor estética. Por isso aquela madrugada apinhada de gente, na qual se podia ouvir de um Nelson Ned, nolargo do Arouche, e ver os movimentos de uma Ana Botafogo, no Vale do Anhangabaú, misturou na mesma medida realidade e irrealidade.

As imagens só foram se assentando quando me sentei na praça Dom José Gaspar, onde ouvia o piano do cubano Ricardo Castellanos, tocando suavemente a composição que fez para o avô que o criou e estava com câncer. Toda aquela fantasia de 24 horas tinha uma dose muito forte de realidade porque integra a lógica de uma população que não suporta mais a clausura e pede mais espaço, mais liberdade – a elementar liberdade de andar nas ruas sem medo, de não ficar inseguro quando alguém passa por perto.

Como já vimos em outras cidades – Nova York, Barcelona ou Bogotá – a recuperação do centro é apenas a conseqüência geográfica, visível, da busca de uma centralidade maior. Quem caminha pelo centro sempre consegue ver esse movimento em câmara lenta, com a volta de estudantes e a criação de espaços culturais. São Paulo ainda está muito longe de ser aquela madrugada de domingo. Mas é parte de seu imaginário chegar lá. Aquela madrugada é uma marca na construção de um imaginário coletivo sobre o que deve ser uma cidade - assim como as multidões que ocuparam o Vale do Anhangabaú, no começo da década de 1980, com a campanha das diretas, ajudaram a construir a imagem de uma nação democrática.

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