O Brasil
recebeu nos últimos dias uma saraivada de números
mostrando uma grave deterioração no desempenho
dos estudantes, além de se detectar um gravíssimo
aumento da evasão. Tais dados, num país minimamente
civilizado, provocariam um escândalo. O que se vê
nos bastidores de Brasília, porém, é
um jogo que parece alheio a isso tudo, afinal discute-se mais
uma troca de ministro da Educação.
Se a mudança se efetivar, teríamos uma média
de um ministro da Educação por ano, um ritmo
de motel. Ainda por cima, os rumores indicam que poderia sair
um técnico (Fernando Haddad), dando a lugar um político
(Marta Suplicy), cujo projeto é a presidência
ou, quem sabe, a curto prazo, a prefeitura de São Paulo.
Ocorre que colocar um candidato à Presidência
da República num ministério, independentemente
do valor desse indivíduo, trará para a questão
da educação um conflito eleitoral. Sabemos que,
se quisermos melhorar os números educacionais, precisamos
de uma união entre governo federal, estadual e municipal
--fazer do ministério uma plataforma de candidatura
presidencial não é exatamente o melhor caminho.
Coluna originalmente publicada na
Folha Online, editoria Pensata.
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