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FMI
faz mea-culpa e críticas à gestão FHC
O Fundo Monetário
Internacional (FMI) fez, sim, estragos na economia brasileira como
grande parte dos militantes sociais alardeavam por todo o Brasil,
seja em manifestações públicas de repúdio
ou em conversas de bar. O mea-culpa de 279 páginas foi elaborado
pelo Independent Evaluation Office (IEO), órgão com
autonomia para fazer críticas internas.
Divulgado na
semana passada, o relatório aponta que o órgão
errou, no fim de 1998, quando subestimou o nível de sobrevalorização
do real. A diretoria acreditava numa porcentagem de 15 e 20%, quando
na verdade ela já tinha superado os 30%. A justificativa
para deixar o país seguir a suicida política econômica,
mesmo com essas informações, era o medo do Fundo que
uma flutuação agravasse o nervosismo nos mercados
internacionais. E “o país tinha janelas de oportunidades
para sair”, mostra o relatório.
O Fundo, porém,
não chama apenas para si a responsabilidade pela trapalhada
cambial brasileira, também acusa o governo de Fernando Henrique
Cardoso. Segundo o relatório, o presidente e a equipe econômica
contribuíram para a crise ao não permitirem a divulgação,
pela instituição, de análises sobre o país
e ao não aplicarem políticas fiscais mais rigorosas.
O governo ainda devia ter pressionado mais o Congresso para aprovar
as reformas previdenciária e tributária. Sobrou para
Lula.
Em tempo: O
estrago criado pelo FMI só não foi maior, pois o governo
se recusou a adotar uma de suas sugestões, em janeiro de
1999. O Fundo propôs em Washington, ao então ministro
da Fazenda, Pedro Malan, uma dolarização semelhante
a da Argentina e uma subida nos juros para 70%. Aí, nem com
Deus sendo brasileiro poderíamos salvar o país.
Com informações
da revista Época.
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