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relatório
15/07/2004
Brasil cai sete posições no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU

O índice que mede a qualidade de vida em 167 países mostra que, no Brasil, melhorou o acesso da população à escola. Mas, há problemas na saúde pública e na distribuição de renda. Os dados são da Organização das Nações Unidas (ONU).

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) divulgado pela ONU mostra o ranking dos países que melhor resolveram os problemas de educação, de renda, de saúde dos seus habitantes. A Noruega está no topo e Serra Leoa, em último.

A pesquisa deste ano analisa os dados de 2002, último ano do governo Fernando Henrique. O Brasil aparece em 72º lugar, um país de médio desenvolvimento humano. Atrás, por exemplo, da Argentina, do Chile, de Cuba.

" Essa desigualdade entre os que têm muito e os que não têm nada é que faz do Brasil ser um país desse jeito sofrido", afirma José Carlos Lima, advogado.

Em comparação com a pesquisa divulgada no ano passado, o Brasil caiu sete posições, de 65º para 72º, por causa da queda na taxa de alfabetização de adultos. Mas a ONU diz que o Brasil não piorou, já que o número de países aumentou e o cálculo de um dos indicadores, o de Educação, foi modificado.

Apesar das estatísticas, é justamente em educação que o Brasil vem tendo o seu melhor desempenho nos últimos anos.

"Acho que as pessoas estão mais preocupadas com a educação, com isso elas estão cobrando mais e está havendo essa melhora", opina Luciana Oliveira, publicitária.

Noventa e dois por cento dos brasileiros em idade escolar estão matriculados. Mais que a média latino-americana.

"Mas quanto ao emprego, continua o desemprego e saúde ainda falta muito para melhorar o atendimento", acha Rodrigo Rabelo, estudante.

A dificuldade de acesso à saúde pública e a alta taxa de mortalidade infantil - de cada mil nascidos, 30 morrem - impediram uma avaliação melhor do Brasil. Segundo a ONU, melhorar a qualidade da água é o grande desafio para reduzir os problemas de saúde. E não é só aqui.

Em todo o mundo, mais de um bilhão de pessoas não tinham acesso a água potável. Dois bilhões e setecentos milhões viviam em domicílios sem saneamento básico. Dona Geronilce Rodrigues, de Brasília, é uma delas. Ela acha que é por causa da falta de saneamento que a pele do filho está com problemas.

"Eu acho que deve ser da poeira, a água sem tratar direito, não tem um filtro para filtrar uma água, aí fica diícil", reclama Geronilce Rodrigues, desempregada.

"Essa criança ou este adulto vai inevitavelmente uma hora acabar recorrendo aos serviços de saúde. Ela vai sobrecarregar o sistema de saúde", observa Muriel Gubert, nutricionista.

O catador Joaquim dos Santos diz que a sorte dele é ter saúde:

"É assim que sustento minha família, desse jeito, todo dia, todo dia. É duro", lamenta.

Por dia, o seu Joaquim ganha de R$ 10 a R$ 15 catando restos de ferro. Ele sustenta a família com menos de US$ 1 por dia, um dólar padrão calculado pelo Banco Mundial. Em todo o mundo, 1,1 bilhão de pessoas vivem em pobreza extrema.

Mesmo assim, o brasileiro está vivendo mais: 68 anos. A renda per capita anual de US$ 7.770 é igual à média mundial.

As informações são da Folha de S.Paulo.

   
 
 
 

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